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    Arménia e Azerbaijão não conseguem manter novo cessar-fogo

    Arménia e Azerbaijão concordaram este domingo em tentar pela terceira vez um cessar-fogo, mas quase imediatamente voltaram a fazer acusações mútuas de violá-lo. Confrontos por Nagorno-Karabakh chegam a quatro semanas.

    Arménia e Azerbaijão trocaram novas acusações de violação de um novo cessar-fogo acordado no domingo para pôr fim às hostilidades no enclave de Nagorno-Karabakh, que deveria ter entrado esta segunda-feira (26.10) em vigor.

    A primeira alegação de violação do cessar-fogo ocorreu minutos após a sua entrada em vigor, segundo a agência de notícias espanhola Efe.

    “As forças arménias, em violação do novo regime de cessar-fogo humanitário, estão a disparar contra a cidade de Terter e aldeias da região homónima”, denunciou o Ministério da Defesa do Azerbaijão em comunicado.

    As acusações foram refutadas pela Arménia, que por sua vez acusou o exército do Azerbaijão de atacar posições arménias em Nagorno-Karabakh.

    “Às 08.45, as forças armadas do Azerbaijão abriram fogo de artilharia sobre as posições do exército de Karabakh no sector nordeste”, escreveu Shushan Stepanian, porta-voz do Ministério da Defesa arménio, na rede social Facebook.

    O novo “cessar-fogo humanitário”, que deveria entrar em vigor a partir de hoje, na região de Nagorno-Karabakh, foi anunciado no domingo pelo governo dos Estados Unidos, em conjunto com os dois países.

    Conflito já dura quatro semanas.
    (DR)

    A construção do cessar-fogo
    Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arménia, Zohrab Mnatsakanyan, e do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, reuniram-se no sábado com o vice-secretário de Estado norte-americano, Stephen Biegun, e “reafirmaram os compromissos dos seus países em implementar e cumprir o cessar-fogo humanitário acordado em Moscovo, em 10 de outubro”, segundo o comunicado do Departamento de Estado dos EUA.

    “O cessar-fogo humanitário entra em vigor às 08:00 horas locais de 26 de outubro de 2020”, acrescentava a nota.

    Os EUA “facilitaram as intensas negociações entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e os copresidentes do Grupo de Minsk para aproximar a Arménia e o Azerbaijão de uma resolução pacífica do conflito de Nagorno-Karabakh”, concluía o texto.

    Com a Rússia e a França, os Estados Unidos fazem parte do trio de coordenação do Grupo de Minsk, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), envolvido na resolução do conflito de Nagorno-Karabakh.

    Residências de civis são castigadas durante os ataques.
    (DR)

    Entenda o conflito
    O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a sua incorporação na vizinha Arménia, deflagrando uma guerra que causou cerca de 25 mil mortes.

    No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controlo de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.

    O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

    Por seu lado, a Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.

    De acordo com relatos de organizações internacionais, a recente escalada do conflito em Nagorno-Karabakh já causou mais de 800 mortes, incluindo uma centena de civis.

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