O ex-técnico da selecção nacional Victorino Cunha considerou domingo, em Abidjan, haver estagnação a nível do basquetebol no continente, comparativamente aos últimos três anos.
Ao falar à Angop sobre o nível técnico-táctico do Afrobasket2013, o actual instrutor da FIBA foi peremptório a afirmar que a modalidade não evoluiu na maior parte dos países devido a fraca competência de treinadores e falta de campeonatos internos competitivos.
No seu entender, enquanto prevalecer esta situação, dificilmente o continente será bem representado em mundiais e jogos olímpicos, sendo que poucas são as selecções preocupadas em efectuar longos períodos de preparação para provas internacionais.
Disse haver talentos africanos a evoluírem noutras partes do mundo, mas quando chamados a participarem de um campeonato africano seus valores quase são “invisíveis”, pois deparam-se com situações bastante adversas no que concerne a qualidade do basquetebol praticado em África relativamente ao habituado a fazê-lo além-continente.
“Os outros não evoluem pela pouca competência dos treinadores, não organizam campeonatos com uma carga de jogos importante e os seus jogadores quando se vislumbram para as provas africanas com pouco tempo de preparação nem sempre correspondem”, sublinhou, considerando estar Angola em vantagem em termos atlético em relação a qualquer país.
“A equipa que apareceu aqui e que, se com mais tempo de preparação, devia representar bem o continente é sem duvidas a selecção nigeriana, mas infelizmente foi eliminada”, referiu, sem avançar mais pormenores.
Quanto ao 11º título conquistado pelo país, disse ter sido obtido com muito esforço e trabalhado desenvolvido durante nove semanas, tempo por si suficiente para uma preparação adequada à exigência da prova.
No entanto, perspectivou mais conquistas, desde que o país continue a trabalhar mais e melhor neste sentido e defendeu a necessidade de um processo de substituição de atletas que seja bem implementado.
Referiu ser necessário que aos mais novo se melhore a carga de treino afim de dota-los de argumentos que garantam a substituição dos mais velhos e se continue a manter um nível competitivo forte para que o país possa estar entre os primeiros e se possível continuar a vencer em África, e a nível internacional manter a regularidade até então apresentada.
“Temos que pensar em nós e continuarmos a melhorar para que o basquetebol angolano continue a representar muito bem o nosso país e eventualmente melhorarmos a nível de mundiais e jogos olímpicos”, aconselhou, considerando que as provas fora do continente devem servir de meio de preparação para Angola, visando contínuo domínio em África.
Segundo Victorino Cunha, deve-se evitar pensar que em provas mundiais a selecção vai obter classificação muito alta e concentrar-se mais no trabalho de continuidade.
“É um meio de preparação para dar aos atletas níveis competitivos para depois a nível africano nós conseguirmos suportar a prova e eventualmente vencermos como aqui aconteceu em Abidjan, o que faz já onze vezes”, asseverou.
O continente africano será representado no mundial de 2014, na Espanha, pelas selecções de Angola, Egipto e Senegal, respectivamente primeiro, segundo e terceiro classificados da 27ª edição do Afrobasket, terminada sábado último em Abidjan, na Cote d’Ivoire. (portalangop.co.ao)