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    UNESCO declara Bonecos de Estremoz como Património Cultural Imaterial

    “Foi uma vitória e desta vez nem foi no futebol, foi numa área muito importante que é preservar aquilo que é muito nosso”, disse o embaixador de Portugal na Coreia do Sul

    A UNESCO classificou hoje como Património Cultural Imaterial da Humanidade a produção dos “Bonecos de Estremoz”, em barro, uma arte popular com mais de três séculos.

    A classificação da “Produção de Figurado em Barro de Estremoz”, vulgarmente conhecida como “Bonecos de Estremoz”, foi decidida na 12.ª Reunião do Comité Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que decorre na Ilha Jeju, na Coreia do Sul, até sábado.

    A decisão, que ocorreu pelas 01:05 (hora de Lisboa), foi bastante celebrada pela comitiva portuguesa que durante os festejos exibiu exemplares de “Bonecos de Estremoz”.

    Presente na sessão, o embaixador de Portugal na Coreia do Sul, Manuel Gonçalves de Jesus, mostrou-se “bastante satisfeito” com o reconhecimento da UNESCO.

    “Foi uma vitória e desta vez nem foi no futebol, foi numa área muito importante que é preservar aquilo que é muito nosso”, disse.

    O diplomata saudou ainda os responsáveis da candidatura portuguesa, principalmente os artesãos que produzem os “Bonecos de Estremoz”.

    O presidente do município de Estremoz, Luís Mourinha, também já se manifestou “muito feliz”.

    “No fundo é um momento grande da história de Estremoz em termos da sua classificação, das suas gentes, porque o figurado de barro representa tudo o que é o trabalho, tudo o que é a dificuldade dos alentejanos e dos estremocenses em particular”, disse o autarca à agência Lusa.

    De acordo com Luís Mourinha, a UNESCO valorizou os “Bonecos de Estremoz”, uma arte popular em barro com mais de três séculos, pela “visão do artista, do artesão sobre a sua envolvência”.

    O presidente da Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, considerou uma “vitória para Portugal” a classificação pela UNESCO. “Muito orgulhoso, muito satisfeito. Eu diria que é uma grande vitória, uma grande vitória para Estremoz, para o Alentejo, mas uma grande vitória para Portugal”, disse, destacando a forma como aquele organismo tem reconhecido nos últimos anos as candidaturas portuguesas.

    “Houve dossiês aqui que demoraram horas a ser discutidos, o dossiê de Estremoz demorou cinco minutos, e isso diz bem o reconhecimento da UNESCO do trabalho que se faz em Portugal nesta área da preservação do património cultural imaterial” enalteceu.

    Na área de Património Cultural e Imaterial da Humanidade estavam inicialmente a concorrer 49 candidaturas, das quais 35 foram aprovadas, tendo no final recolhido parecer negativo 11.

    Os “Bonecos de Estremoz” pertencem a uma arte de caráter popular, com mais de 300 anos de história, tendo sido o primeiro figurado do mundo a merecer a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, na sequência da candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Estremoz, no distrito de Évora.

    A candidatura teve como responsável técnico o diretor do Museu Municipal de Estremoz, Hugo Guerreiro.

    Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efetuada manualmente, segundo uma técnica com origem pelo menos no século XVII.

    Em Estremoz, trabalham atualmente nesta arte emblemática Afonso e Matilde Ginja, Célia Freitas, Duarte Catela, Fátima Estróia, Irmãs Flores, Isabel Pires, Jorge da Conceição, Miguel Gomes e Ricardo Fonseca. (Diário de Notícias)

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