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    Queda de crude em Angola e Líbia afecta produção da OPEP

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) caiu em Março, liderada pelos declínios em Angola e na Líbia, referem os dados compilados pela Bloomberg.

    A produção dos 12 países-membros da OPEP caiu 117 mil barris por dia, para uma média de 30,3 milhões de barris, contra 30,4 milhões em Fevereiro, de acordo com dados das empresas produtoras e analistas. Já no mês passado, o total da produção tinha sido revisto em baixa em 533 mil barris por dia, por causa da alteração nas estimativas de Arábia Saudita, Irão, Iraque e Nigéria. A produção angolana caiu por causa da manutenção no campo offshore de Plutónio, operado pela BP, enquanto a da Líbia baixou devido aos problemas políticos.

    Os outros dez membros da OPEP aumentaram a produção num total de 150 mil barris em Março, com a Arábia Saudita, a Nigéria e o Irão a terem os maiores ganhos. “Houve muito poucos períodos na história da OPEP em que a produção tenha caído por causa de questões que nada têm que ver com agitação social ou alguém estivesse sob sanções”, disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy & Economic Research em Winchester, Massachusetts.

    “A verdade é que, devido à queda de produção em Angola e na Líbia, os outros membros têm tido a sorte de conseguirem suprir as necessidades e obter os lucros dos fornecimentos em falta. Por enquanto a Líbia é um caso perdido”, adiantou. A produção em Angola caiu 167 mil barris por dia, para 1,52 milhões, a maior queda de qualquer membro da OPEP. A produção na Líbia diminuiu 100 mil barris por dia, para 250 mil, tendo sido a 10.ª queda consecutiva em 12 meses.

    A produção do país norte-africano caiu por causa de protestos políticos e devido à apreensão de portos por parte de rebeldes. Recorde-se que a Líbia estava a produzir 1,59 milhões de barris em Janeiro de 2011, antes do golpe que levou à queda do ex-líder Muammar Kadafi.

    O petróleo da Líbia é considerado um dos melhores do mundo por causa de seu baixo teor de enxofre e baixa densidade, fazendo com que, por exemplo, o crude da Líbia produza mais gasolina que outros tipos de petróleo. “A questão da Líbia é muito preocupante”, disse Stephen Schork, presidente da Schork Group, uma empresa de consultoria em Villanova, Estados Unidos. “Este é um dos crudes mais procurados nesta altura, porque é facilmente transformado em gasolina.” A Arábia Saudita, o maior produtor do cartel, impulsionou a produção em 100 mil barris por dia, para 9,75 milhões, o maior valor desde Dezembro.

    Em Setembro, a Arábia Saudita bombeou 10 milhões de barris por dia, o nível mais alto em dados mensais, que remontam a 1989. A produção da Nigéria subiu ligeiramente em 70 mil barris por dia, para atingir uma média de 2,08 milhões em Março. A Royal Dutch Shell reabriu o oleoduto Nembe Creek a 10 de Março, após reparação e remoção de pontos de roubo de petróleo.

    Já a produção iraniana aumentou 65 mil barris por dia, para 2,865 milhões este mês, o maior nível desde Julho de 2012, quando as sanções adicionais foram impostas à república islâmica. Os ministros da OPEP mantiveram a sua meta de produção inalterada em 30 milhões de barris por dia a 4 de Dezembro passado. (expansao.ao)

     

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