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    Polícia Nacional com ‘novas’ estratégias para lidar com gangs

    As autoridades policiais estão a montar novas estratégias para acabar com os confrontos entre as gangs juvenis nos municípios de Luanda.

    O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da delegação provincial do Ministério do Interior (Minint), intendente Mateus de Lemos Rodrigues, citado pela Angop, reafirmou que novos metodos estão a ser montados para combater o fenómeno.

    O confronto entre gangs, munidas de catanas, machados, facões e garrafas, regista-se com maior freqüência nos municípios de Luanda (Sambizanga, Rangel e Maianga), Cacuaco, Viana e Cazenga, envolvendo crianças dos 12 e homens acima dos 30 anos.

    Nos últimos dias vários grupos envolveram-se em rixas nos municípios de Luanda e Cazenga, tendo como saldo dois mortos, um jovem, de um dos grupos, degolado com fragmento de garrafa e um homem atingido acidentalmente por uma bala no tórax quando passava no bairro Rocha Pinto, para além dos feridos.

    Estes grupos é composto por jovens que, de forma concertada, desenvolvem actividades criminosas em determinados bairros, com destaque para os confrontos entre grupos rivais, consumo de drogas, roubos na via pública, e ofensas corporais.

    Na acção registada no sábado, o terceiro do gênero este ano, no bairro do Rocha Pinto, Mateus Rodrigues afirmou que a corporação esta a rever o plano de actuação na zona, uma vez que nas suas intervenções naquele bairro as forças da ordem são recebidas com violência pela população.

    Disse que existe a necessidade de revisão dos métodos de actuação naquela zona, identificando-se os motivos que estão na base para tais actitudes, quer em relação a violência que se regista bem como no contacto comunidade/polícia,

    Mateus Rodrigues apontou como uma das soluções um maior envolvimento de outras franjas da sociedade, para fazer face aos níveis de crimes praticado por gangues nos diversos municípios.

    Referiu que nesta tarefa devem estar envolvidos outros sectores da sociedade como os organismos do Estado, associações, comissões de moradores, igrejas, familias e uma maior aproximação entre a polícia e a comunidade.

    Fez saber que grande parte dos jovens envolvidos são iniputáveis, logo ainda não respondem criminalmente por serem menores de 16 anos.

    Estas crianças são recolhidas, encaminhadas ao Julgado de Menores, aconselhadas por técnicos da instituição e restituídas à liberdade.

    Lamentou o facto de alguns integrantes dos grupos desmantelados e postos em liberdade, voltarem a cometer os mesmos crimes.

    Por seu lado, o sociólogo Abel Chico congratulou-se com a estratégia da corporação, no trabalho de sensibilização e mobilização dos jovens para deixarem esta prática.

    Na sua opinião, na maioria dos casos investigados, as crianças sao influenciadas e instruídas pelos adultos para cometer os crimes de que são acusados, pelo facto de os adultos saberem que os menores estão isentos de responsabilidade criminal.

    De acordo com a jurista Sandra Macedo, do Julgado de Menores do Tribunal Provincial de Luanda, os casos de prevenção criminal envolvem menores com idades compreendidas entre 12 a 17 anos, enquanto os da protecção social abrangem crianças com idades inferiores aos 12 anos.

    O Julgado de Menores, acrescentou, tem recomendado aos pais e encarregados de educação a envolver os filhos nas acções de formação técnica e profissional, para a ocupação dos seus tempos livres e redobrar a vigilância nas horas de entrada e saída de casa.

    Disse que o Tribunal tem atribuído aos pais, na qualidade de responsáveis legais, a responsabilidade pela execução e acompanhamento das medidas aplicadas, por não existirem nos municípios os Centros de Acolhimento de Menores em Conflito com a Lei.

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