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    “ONU já não reflecte o equilíbrio geoestratégico mundial” – João Lourenço

    Na Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente de Angola declarou o apoio à reforma da organização e ao multilateralismo.

    João Lourenço afirmou que a ONU, criada após o fim da Segunda Guerra Mundial, já não reflecte o equilíbrio geoestratégico mundial e que o Conselho de Segurança deve contemplar África e América do Sul.

    “Reiteramos a necessidade de se alargar o número de membros permanentes do Conselho de Segurança, contemplando, nomeadamente, a África e a América do Sul, pelo facto de a actual composição, que contemplou na altura sobretudo as potencias vencedoras da segunda guerra mundial, já não reflectir a necessidade de um mais justo equilíbrio geoestratégico mundial,” declarou o Presidente de Angola, João Lourenço, na Assembleia Geral das Nações Unidas, citado pela Euronews.

    A estabilidade da Líbia e da região do Sahel esteve na mesa do Conselho de Segurança durante a semana da Assembleia Geral e no centro de uma reunião entre Países africanos e Alemanha.

    Na região do Sahel, os desafios estão a tornar-se progressivamente mais complexos.

    Com o aumento do terrorismo, criminalidade e violência intercomunitária, a acção militar, por si só, não é a solução. Há uma necessidade urgente de abordar questões humanitárias.

    “É impossível acabar com o terrorismo nas mais variadas formas, e os tráficos ilegais de todos os géneros, com os modelos antigos,” afirma o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

    Angola também apoia o esforço diplomático liderado por Angela Merkel para uma nova iniciativa diplomática na Líbia.

    “Propusemos à senhora chanceler Angela Merkel, que ficou de contactar os membros permanentes do Conselho de Segurança, no sentido de o Conselho de Segurança ver com outra seriedade o problema da Líbia. E concluímos também que, nós próprios, africanos, enquanto africanos, enquanto principais vítimas da situação que aí se vive, devemos também tomar uma atitude mais enérgica a nível da União Africana. Portanto, a União Africana deve assumir as suas responsabilidades na procura das melhores soluções para o problema da Líbia e do terrorismo,” declarou João Lourenço.

    “Com esta visita a Nova Iorque, o Presidente (de Angola) aproveitou a oportunidade para sublinhar que todos os esforços feitos para combater a corrupção no país, são medidas concretas com o objectivo de incentivar os investimentos internacionais,” explica a jornalista da Euronews em Nova Iorque, Michela Monte.

    “Em todo este processo, temos vindo a interagir com mais regularidade e a um nível consideravelmente mais alto com os Estados Unidos da América, tendo assinado vários instrumentos de cooperação nos domínios da defesa, do tesouro e tomado boa nota da estratégia da administração Trump para África, em cujo contexto vemos muito interesses comuns,” realçou o Presidente de Angola.

    O desenvolvimento de Angola depende da diversificação da economia. O programa económico implementado pelo Governo está a criar as condições prévias para o crescimento e desenvolvimento com o apoio do FMI e do Banco Mundial, conforme sugerem observadores do sector financeiro.

    O mundo económico e empresarial reuniu-se em Nova Iorque para falar sobre possíveis investimentos

    “Muito trabalho foi feito. O Tesouro tem trabalhado com o Ministro das Finanças e com o Banco Central. Vejo melhorias, mas, mais uma vez, é uma jornada, Há passos que é preciso dar, mas acho que os EUA vão tornar-se um parceiro importante de Angola. Estou muito confiante de que é esse o caso,” esclareceu chefe do departamento de investimentos em África do Citigroup, Miguel Azevedo,

    “De certa forma, vemos o que está a acontecer em Angola, agora, como um espelho das actividades que impulsionaram o Ruanda a avançar muito rapidamente, eliminando burocracia, a corrupção e muito mais,” considera o Presidente e CEO do AEon Group, Larry Edwards.

    Larry Schaefer é um empresário que procura parceiros de negócio para investir em África:

    “Existe um crescimento populacional tão grande que existe uma das maiores necessidades a nível planetário por água potável e comida saudável e segura,” afirma o empresário.

    Após a conclusão dos trabalhos da 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, o que se pode esperar de Angola daqui a um ano?

    “O que eu espero para daqui a um ano é que, a nível do meu país, eu possa anunciar mais progressos em todos os domínios, mas sobretudo no domínio da economia. Que ao nível das questões mais importantes da agenda internacional, muitos dos conflitos que hoje são graves, daqui a um ano estejam dissipados,” destacou o Presidente João Lourenço.

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