A Polícia da República de Moçambique (PRM) disse hoje que o reforço da presença policial nas ruas de Maputo e Matola na segunda-feira visou prevenir atos de vandalismo, na sequência de mensagens anónimas convocando manifestações dos transportadores.
Falando durante a conferência de imprensa de balanço semanal da atividade policial, Inácio Dina, porta-voz do Comando Geral da PRM, disse que se tratou de uma medida de “policiamento ostensivo”, cujo principal objectivo foi desincentivar criminosos que se aproveitam de agitações para cometer delitos.
“As mensagens que circularam instigavam alguma manifestação que, no nossa entender, poderia culminar em desordem e desacato”, afirmou o porta-voz, lembrando que a liberdade de manifestação é um direito defendido constitucionalmente, mas “é preciso que seja dentro da lei”.
Na segunda-feira, Maputo e Matola viveram um dia atípico devido à paralisação de furgões de transporte coletivo (“chapas”), com as autoridades a reforçarem a segurança nos principais pontos das cidades na sequência de mensagens anónimas convocando manifestações de transportadores e com as paragens totalmente lotadas.
Inácio Dina disse que a Polícia moçambicana não registou qualquer incidente durante o dia e congratulou os munícipes por não “se terem deixado levar”, evitando agitações apesar da ausência de transportes.
“As pessoas perceberam a mensagens deixada pelas autoridades policiais”, afirmou o porta-voz da polícia, acrescentando que “a polícia continua pronta”.
O descontentamento dos transportadores surge na sequência do aumento, no dia 22 de março, do preço dos combustíveis em Moçambique.
Apesar de o Governo ter mantido subsídios aos transportes públicos, a maioria dos operadores de “chapas” não está registada, pelo que não beneficia da medida.
Na nova tabela de preços, a gasolina passou de 50,02 meticais (0,69 euros) para 56,06 meticais o litro (0,77 euros), enquanto o gasóleo subiu de 45,83 meticais (0,63 euros) para 51,89 meticais o litro (0,71 euros). (Lusa)
por EYAC/EL