Chimoio – As autoridades moçambicanas libertaram nove dos 14 estrangeiros detidos por contrabando de turmalinas, explorados de forma desenfreada em Báruè (Manica) e repatriou os restantes cinco, disse nesta quinta-feira à Lusa fonte dos serviços de imigração.
Orlando Cossa, director da Migração de Manica, disse que a procuradoria local decidiu não acusar nove dos estrangeiros, quase três semanas após a sua detenção, por não ter encontrado matéria criminal, mas reteve as pedras preciosas que estavam na sua posse e expulsou o resto dos elementos do grupo.
“Alguns tinham apenas irregularidades migratórias e pagaram as respectivas multas e foram soltos. Já dois guineenses foram repatriados a partir de Maputo na semana passada e três zimbabweanos, a partir de Manica”, declarou Orlando Cossa.
O objectivo, explicou, é reforçar as operações policiais para impedir a extracção ilegal de minérios, em particular de turmalinas, uma pedra semi-preciosa.
A Polícia moçambicana interveio em meados de Julho numa mina, onde ocorre uma exploração desenfreada de turmalinas em Báruè, Manica, e deteve 14 estrangeiros de várias nacionalidades indiciados de contrabando do minério.
Belmiro Mutadiua, porta-voz da Polícia em Manica, explicou que a acção resultou na apreensão de quatro quilos de turmalina de primeira qualidade e 60 mil meticais (1.276 euros).
A maioria dos detidos eram provenientes da região dos Grandes Lagos, zimbabweanos e malawianos, com potentes viaturas com matrículas estrangeiras, que se haviam instalado na vila de Catandica, a sede de Báruè, para viabilizar o comércio das pedras preciosas.
Há dois meses foram descobertos novos jazigos de turmalinas, numa área mineira concessionada ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, na zona de Nhampassa (Báruè), que tem estado a atrair vários estrangeiros para a região.
Em 2007, a vila de Catandica assistiu igualmente a uma “febre do minério”.
“Tem sido muito frequente o repatriamento de zimbabweanos envolvidos no garimpo nos últimos meses.
As outras nacionalidades vão à região para comprar o minério e não se envolvem directamente na exploração”, concluiu Orlando Cossa. (portalangop.co.ao)