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    Inflação no Brasil e nos emergentes preocupa jornais franceses

    Consumidora compara preços em supermercado de São Paulo (REUTERS/Nacho Doce)
    Consumidora compara preços em supermercado de São Paulo
    (REUTERS/Nacho Doce)

    Os jornais franceses Le Monde e Le Figaro desta sexta-feira (17) dedicaram páginas de seus cadernos de economia às inflações galopantes das economias emergentes. Boa parte do texto do Figaro é dedicada ao Brasil, cuja taxa fechou o ano de 2013 a 5,91% – acima do desejado, mas dentro das previsões do Banco Central, que havia fixado a meta de 4,5%, com tolerância de 2%.

    “O Brasil e a Índia sofrem com uma retração da oferta”, explica o diário conservador, “por causa da falta gritante de infra-estrutura e da escassez de mão-de-obra qualificada, que faz os salários subirem”. Um exemplo disso, aos olhos dos jornais, está nas obras para a Copa do Mundo de 2014, que sofreram uma série de atrasos por conta da falta de engenheiros. Le Monde vai na mesma linha e acrescenta que o país sofre com a falta de investimentos.

    Mas os mesmos números que acendem o sinal amarelo para Le Figaro levam Le Monde a chamar o Brasil de “bom aluno”. Talvez por causa das comparações que o vespertino propõe, com a Argentina e com a Venezuela – essa última, classificada na manchete como “campeã mundial da inflação”, com seu índice assustador de 56,2% em 2013. A Argentina tem um número dúbio: o Banco Central anunciou dados de 10,5%, mas um índice privado do Congresso fala em 28,3%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) concorda com o segundo número.

    O motivo para isso, concordam os jornais, é o excesso de intervenção do estado. “O governo de centro-esquerda (de Cristina Kirchner) impôs medidas que não deram resultado”, opina o vespertino Le Monde. “Do congelamento de preços do atacado em 2013 ao controle dos custos de 200 produtos básicos no varejo”.

    Assim como fez a diretora geral do FMI, Christine Lagarde, na última quarta-feira, os dois textos contrapõem a alta inflação dos países emergentes com a deflação – igualmente preocupante – das grandes economias. “Se num primeiro momento”, analisa Le Monde, “a deflação favorece o poder de compra da população, a baixa de preços, uma vez instalada, pode se degenerar em uma espiral deflacionista destruidora: o consumidor primário posterga suas compras, o que diminui as demandas às empresas, reduzindo consequentemente os salários, investimentos e o crescimento”. (rfi.fr)

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