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    Cidadãos querem mais atenção aos sectores social e económico

    O futuro Governo angolano, saído das eleições de 24 de Agosto, deve apostar na melhoria dos sectores social e económico, que impactam directamente na vida da população, defendem cidadãos interpelados pela ANGOP, esta quinta-feira.

    Numa ronda efectuada nas cidades do Lobito e Benguela, os cidadãos apontaram os sectores da energia e água, educação, saúde, agricultura, indústria, habitação, administração pública, justiça, turismo, pescas e financeiro, como os que devem merecer atenção imediata do futuro Executivo, para o bem-estar da população.

    Referiram que, com investimentos sérios e pragmáticos na agricultura, indústria, turismo e pescas, por exemplo, milhares de cidadãos benguelenses, sobretudo jovens, poderão ver resolvida a questão do desemprego.

    Para tal, afirmam, é necessário um investimento significativo em energia, água, vias de comunicação e telecomunicações, de modo a tornar mais barato os custos de produção, assim como deve-se continuar a modernizar a administração pública, combater a burocracia e estimular a banca a financiar a economia, sobretudo o sector privado.

    Para o empresário José Candimba, que tem negócios na maior parte dos municípios do interior da província de Benguela, a energia eléctrica abastecida por grupos geradores e a falta de infra-estruturas são o maior impedimento para o desenvolvimento daquelas localidades.

    “Um país não consegue criar indústrias com base em geradores, porque isto não atrai os investidores e consequentemente não haverá desenvolvimento naquelas localidades”, afirmou, convicto.

    Por outro lado, José Candimba, a fraca segurança policial naqueles municípios, faz com que a maioria das acções dos meliantes fiquem impunes, empobrecendo ainda mais o pequeno empreendedor que faz tudo para melhorar a sua vida.

    José Candimba defendeu também uma contínua aposta na construção e reabilitação das estradas principais, secundárias e terciárias, para facilitar a circulação de pessoas e bens pelos 10 municípios da província.

    Por sua vez, a empresária Josefa Faustino fez questão de afirmar que o país e a província de Benguela, em particular, têm potencial na agricultura, pecuária, pesca e indústria, que poderiam empregar muito mais gente, caso os empresários conseguissem créditos bancários acessíveis e sem burocracia.

    “Pagamos impostos, mas somos prejudicados pelo comércio informal, que muitas vezes é exercido em frente da nossa porta, com preços mais baixos e também pelos estrangeiros, que ao invés de trazerem dinheiro para investir, vêm com pequenos negócios que deveriam ser feitos apenas por angolanos”, lamentou.

    A interlocutora lembrou que a província de Benguela já teve fábricas como de massa alimentar, óleo vegetal, conservas, enchidos de carne, farinha de peixe, bebidas espirituosas, bolachas, refrigerantes e celulose, que, paralelamente aos sectores agrícola, pecuário, piscatório, porto e caminho de ferro, empregavam milhares de pessoas, e que devem ser reactivadas.

    Em relação à cultura, os agentes queixaram-se sobre o exíguo apoio institucional, bem como a falta de infra-estruturas e meios para o exercício das suas actividades.

    O músico Chico Ventura lamentou a falta de instrumentos musicais e o elevado preço destes, nas poucas lojas existentes, e também a falta de estúdios com condições padronizadas e aceitáveis para gravação de discos, nas maiores cidades da província.

    “Para termos uma obra discográfica, temos de procurar um patrocinador e deslocar-se a Luanda, com custos elevados com transporte, hospedagem e alimentação”, realçou.

    Para o cidadão Celson Paulo, o futuro governo deve ter em atenção os anseios da juventude, que passam, sobretudo, pela formação, emprego e habitação.

    Celson Paulo defendeu uma grande aposta na robustez do sector privado, através de linhas de financiamento bancário menos burocráticas, para alavancarem a criação de empregos, bem como a criação de cooperativas imobiliárias para o fomento da habitação social.

    Na mesma senda, disse ser necessário construir-se mais instituições de ensino a todos os níveis, tanto no litoral como no interior da província, para que os jovens possam dar sequência aos estudos nas suas zonas de origem ou em localidades mais próximas ao meio familiar.

    Augurou também a continuidade da expansão da rede sanitária, para que se acabe com a deslocação de pessoas para as grandes cidades, à procura de atendimento médico de qualidade,

    Em termos de desporto, o treinador de andebol Franco Liberal criticou a falta de um campo multiuso, com padrão internacional, no Lobito, uma vez que nesta cidade há modalidades como andebol, basquetebol, hóquei em patins, nos escalões seniores, contrariamente a Benguela que tem duas infra-estruturas do género.

    Para o desportista, o futuro Governo deve colocar gestores nas Federações que realmente percebam das modalidades onde estão inseridos, contrariamente ao que vinha se passando, em que “estes conseguiam os cargos por influências”.

    O MPLA foi anunciado vencedor das eleições gerais de 24 de Agosto, obtendo 51, 17 por cento dos votos dos eleitores angolanos.

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    FonteAngop

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