O julgamento do “Caso Igreja Universal” começou, ontem quinta-feira, no Tribunal Provincial de Luanda, com trocas de mimos entre o advogado David Mendes, da ala angolana daquela denominação religiosa e o bispo Honorilton Gonçalves, um dos principais réus do processo.
A audiência de hoje foi destinada à leitura da acusação onde os primeiros arguidos começaram a ser ouvidos.
O processo envolve Honorilton Gonçalves da Costa, antigo responsável espiritual da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola e Moçambique, Miguel Ferraz, Belo Kifua Miguel e Fernando Henriques Teixeira, acusados de associação de malfeitores, evasão de divisas, coacção para realizar vasectomia, branqueamento de capitais e violência doméstica.
Entretanto, o arranque do julgamento ontem foi marcado por uma tentativa de agressão do advogado da parte acusadora, David Mendes, ao responsável espiritual da IURD em Angola e Moçambique, Honorilton Gonçalves, de quem o advogado acusa de ter proferido palavras insultuosas a seu respeito.
“Antes de entrar no tribunal, o bispo Honorilton Gonçalves chamou-me de criminoso, o que demonstra ser um falso profeta. Por isso insulta as pessoas de forma gratuita”, disse, garantindo que caso o bispo da Igreja Universal não tivesse fugido teria o agredido com uma bofetada.
A polícia e os oficiais de diligência do tribunal tiveram de intervir bem como o juiz principal, Tuti António, quem avisou que a questão da liderança da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola não será assunto de discussão neste julgamento.
Na audiência, os advogados dos pastores brasileiros pediram ao tribunal que retire a medida de coação de proibição de saída do país, enquanto a defesa dos pastores dissidentes classificou o pedido de “medida dilatória”.
O causídico, que é também deputado da UNITA, acusou o bispo brasileiro de recorrer a manobras dilatórias para que o processo não avance, tendo considerado que a ala brasileira está desesperada, por isso recorre a manobras dilatórias.