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    Relançamento da produção de bebidas consolida liderança nacional do sector

    A diversificação da economia começa a dar passos concretos para o alcance dos objectivos previamente definidos pelo Executivo angolano. A estratégia passa, necessarianente, pela aposta em sectores não petrolíferos, como a agricultura, pecuária, pescas e indústria.

    Os investidores estrangeiros são chamados a prestarem mais atenção aos segmentos da economia que sejam capazes de criar maior capacidade de  produção interna e o emprego de mais força de trabalho para os angolanos.

    Com vista a diversificar o Produto Interno Bruto (PIB), o Executivo angolano,  em parceria com alguns investidores, apostou estrategicamente no relançamento da produção de bebidas nacionais no ramo cervejeiro de refrigerantes, sumos e de água mineral.

    Nos últimos cinco anos, a indústria de bebidas em Angola registou urn crescimento assinalável, na medida em que se criaram novas infraestruturas fabris, abrindo caminho para o lançamento de produtos com novo padrão de qualidade.

    A indústria nacional já é abastecida por bens produzidos a nível local, apesar de se constatar a inundação massiva de produtos importados.

    O recurso à importação tem prejudicado grandemente a produção nacional, Segundo o administrador-delegado do Grupo Castel/Cuca BGI, Philippe Frederic.

    O segmento cervejeiro é um dos que mais cresce em Angola, sendo que, desde 1994, começou a ganhar o seu espaço.

    Dados apurados indicam que o parque cervejeiro do país movimentava anualmente um volume de investimento superior a 700 milhões de dólares.

    De algum tempo a esta parte, surgiram algumas fábricas e a reabilitação de outras que haviam parcialmente paralisado a sua actividade, devido à degradação dos equipamentos e à falta de matéria prima.

    CERVEJEIRA

    O Grupo BGI, que reúne as marcas Cuca, Nocal e Eka, foi o principal impulsionador da indústria nacional, tendo em 1994, firmado um contrato com o Ministério da Indústria, para relançar a indústria cervejeira. Naquela época, a capacidade de produção instalada era de 180 mil hectolitros por ano.

    No ano de 2000, a produção saltou para um milhão de hectolitros. Actualmente o Grupo produz sete milhões de hectolitros por ano.

    O parque industrial cervejeiro nacional é composto por oito empresas, nomeadamente a Cuca, Cobeje, Nocal, NGola, Soba, Nocebo, Eka e a Cerbab, que se dedicam ao fabrico, comercialização distribuição e comercialização de cerveja.

    INVESTIDORES

    Angola tem registado nos últimos anos, um forte crescimento no consumo de cerveja, devido ao trabalho que as empresas do ramo (nacionais e estrangeiras) estão a desenvolver.

    Portugal continua a liderar o Mercado de cervejas importadas, tendo como principal fornecedor,, o Grupo Unicer, com as marcas Superbock, Sagres mini,, Cristal, Carlsberg e Guinness.

    Em Angola 30% da cerveja consumida é importada.

    Um total de 140 milhões de litros é de origem portuguesa (125 milhões são das marcas da Unicer). Para este ano, a Unicer estima um crescimento das vendas na ordem dos 10 a 15 por cento. A empresa prevê instalar uma fábrica, cujo investimento rondará os 100 milhões de dólares.

    REFRIGERANTES

    No segmento dos refrigerantes, o país possui a fábrica da Refriango, uma empresa de capitais portugueses e angolanos, que apostou no desenvolvimento do sector das bebidas em Angola e a Coca Cola (do Grupo Castel).

    A Refriango emprega cerca de 1600 trabalhadores, desde a parte industrial, à parte logística, de distribuição e de marketing. A Blue (gasosa), Cuia, Speed, Tropicana, a Pura (água), o Nutry (nectar) e o Gaivota (vinho de mesa em pacote) são as marcas que formam o portfolio da Refriango.

    A produção da empresa angolana passou para mil milhões de litros/ano, contra os 600 milhões dos últimos dois anos.

    Apesar de ter sido encerrada a unidade fabril em Bom Jesus (Bengo), a Coca Cola continua com indices de produção à volta de três milhões de hectolitros/ano. Preenchem as marcas da empresa, a Coca Cola, Fanta, Sprite, Youki, Top e Schweppes, em três tipos de embalagem, nomeadamente, vidro 35 ml, lata 330 ml, Pet (plástico), 0,5 e 1,5 L, todos de diferentes sabores.

    SUMOS

    O mercado está igualmente melhor abastecido em termos de sumos. A Sumol+Compal, que já possui mercadorias no país, vai investir grandemente para aumentar as vendas, sendo Angola e Cabo Verde os mercados prioritários para a internacionalização do grupo português. A Sumol+Compal actua no Mercado de sumos, refrigerantes e bebidas alcoólicas.

    ÁGUA MINERAL

    A produção de água já pode cobrir as necessidades reais do país. Neste momento, a produção de água mineral em Angola, ultrapassa os dois milhões de hectolitros por ano. Em 2010, o país produziu um milhão 231 mil e 911 hectolitros de água mineral contra 481 mil e 365 hectolitros em 2009.

    Recentemente, entraram em funcionamento mais quarto fábricas nas províncias da Huíla, Kuanza Norte e Benguela. Além disso existem outras propostas de promotores nacionais e estrangeiros que pretendem  construir novas unidades de tratamento e engarrafamento de água mineral.

    MATEUS CAVUMBO (Jornal de Economia & Finanças)

     

     

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