Com a respetiva economia a desabar face, em boa parte, à baixa do preço do crude, a Rússia decidiu ser importante sentar-se à mesa com a Arábia Saudita, o maior exportador mundial, e debater a actual crise do sector petrolífero com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), à qual pertence Angola.
O preço do barril de crude bateu já este ano mínimos de 12 anos, mas a expectativa de alguns dos maiores produtores mundiais coordenaram um corte na produção levou quarta-feira os preços do crude a ensaiarem uma subida, aproximando-se já esta quinta-feira dos 34 dólares por barril, tanto no índice americano (WTI) como no europeu (Brent).
Andrey Polishuck, especialista para o sector petrolífero e do gás no banco suíço Raiffeisen, antevê um acordo entre produtores: “O mais importante catalisador para este ano será o possível corte da OPEP na produção. Eles sustentam altos custos, mas estão a um nível demasiado baixo para manterem o actual nível de produção.”
Entre os membros da OPEP, atingidos com grande impacto pela quebra das receitas petrolíferas, a Venezuela e a Nigéria defendem o corte da produção para continuar a impulsionar o preço do crude. Outros, como o Kuwait ou o Iraque, apenas admitem reduzir a extracção se outros produtores externos à OPEP também o fizerem.
A Rússia — a par da Arábia Saudita, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, estima a Bloomberg — mostra-se disponível para coordenar a produção com a OPEP numa reunião extraordinária prevista para Fevereiro com membros e não-membros da organização. “Alguns países propuseram esta iniciativa e a questão está a ser estudada por vários países. Do nosso lado, já confirmámos a possibilidade da nossa participação”, disse o ministro russo da Energia, Alexander Novak, citado pela agência France-Presse. (EURONEWS)
por Francisco Marques | com REUTERS, AFP, BLOOMBERG