Todas as semanas familiares, amigos e apoiantes dos jovens presos realizam em Luanda, sob olhar de forte aparato policial, concentrações, vigílias e marchas para exigirem a libertação imediata dos ativistas.
Sucedem-se em Luanda iniciativas visando a libertação dos jovens detidos, há mais de dois meses, pelas autoridades angolanas, sob alegação de planearem um golpe de Estado.
A iniciativa mais recente ocorreu esta sexta-feira (04.09), organizada por ativistas do Movimento Revolucionário, que decidiram reunir-se, esta sexta-feira, no triângulo do mercado dos Congoleses, no distrito urbano do Rangel, em Luanda.
Como vem sendo hábito, os participantes na concentração exigiram a libertação dos jovens acusados de tentarem planear um golpe de Estado contra o Governo.
Jovens foram cercados pela secreta
Os promotores da iniciativa disseram à DW África, que foram cercados por agentes da polícia secreta.
Mas, apesar da atuação dos agentes dos serviços secretos, os jovens angolanos garantem que os protestos vão continuar.
“Estamos a pedir a liberdade incondicional para os nossos irmãos. Se não o fizerem, não vamos parar de manifestar”, disse à DW África o activista que se autodenomina Baixa de Cassange.
Também hoje, o pai do activista de 19 anos, Nito Alves, Fernando Baptista, foi interrogado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC). Mais tarde confirmou à DW África que o filho está actualmente no hospital-prisão de São Paulo (Luanda) e que o jovem se queixa de várias patologias.
“O estado de saúde do Nito Alves é muito preocupante. Está desnutrido, com grandes dificuldades de visão e o resultado das últimas consultas feitas indicam que está com malária cerebral”, contou Fernando Baptista.
Saúde dos ativistas presos inspira cuidados
Na verdade, o estado de saúde de alguns dos activistas encarcerados em várias unidades prisionais da capital angolana, continua a preocupar os familiares.
O jovem Arante Kivuvu, que esteve na cadeia de São Paulo, onde chegou no sábado (29/8), para receber assistência médica, foi novamente transferido para a cadeia de Calomboloca, sem ter sido observado por um médico, contou a irmã do preso, Lídia Lopes, ao portal de noticias Rede Angola.
Também Baixa de Cassange, disse que “os ativistas que visitaram o jovem Arante Kivuvu, puderam constatar que ele está com a barriga muito inflamada”. (dw.de)