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    Mais de 300 imigrantes desaparecem no Mediterrâneo

         (9 fev) Imigrantes africanos desembarcam na ilha mediterrânea de Lampedusa após serem resgatados pela guarda costeira italiana  (Foto: Guarda Costeira da Itália/AFP)

    (9 fev) Imigrantes africanos desembarcam na ilha mediterrânea de Lampedusa após serem resgatados pela guarda costeira italiana (Foto: Guarda Costeira da Itália/AFP)

    Depois que 29 imigrantes morreram de frio durante uma tempestade no domingo ao longo do litoral da Líbia, cerca de 300 outras pessoas que partiram ao mesmo tempo desapareceram no mar, de acordo com o relato de nove sobreviventes, que chegaram nesta quarta-feira à ilha italiana de Lampedusa.

    Segundo informações obtidas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), quatro barcos infláveis partiram no sábado de uma praia a 15 km de Trípoli, na Líbia, cada um transportando mais de uma centena de migrantes de África subsaariana, em sua maioria homens, mas também adolescentes.

    Os passageiros do primeiro barco, resgatados no domingo pela Guarda Costeira italiana, chegaram na segunda-feira em Lampedusa, mas 29 deles já estavam mortos de frio.

    E nesta quarta-feira de manhã, a Guarda Costeira trouxe para Lampedusa nove novos sobreviventes, resgatados provavelmente na segunda por um navio comercial. Dois deles estavam na segunda embarcação, e sete na terceira.

    De acordo com os relatos, um barco virou e o outro esvaziou e afundou, e seus 203 passageiros se afogaram.

    E, na falta de qualquer notícia sobre o quarto barco, a OIM e ACNUR consideram seus passageiros como desaparecidos, em razão da tempestade que enfrentaram.

    “Eles eram cerca de 420 inicialmente. Podemos estimar o número total de vítimas em cerca de 330”, declarou à AFP Flavio di Giacomo, porta-voz da OIM na Itália.

    “É uma tragédia de grande magnitude, que nos lembra cruelmente que outras vidas estão em perigo. Como salvar essas vidas deve ser a nossa prioridade. A Europa não pode se dar ao luxo de agir pouco, de agir muito tarde”, declarou Vicent Cochetel, director do ACNUR para a Europa.

    As duas organizações denunciaram a falta de escrúpulos de traficantes que forçaram os migrantes a partir, apesar do mau tempo que já se anunciava no sábado e que se transformou em uma tempestade no domingo, com ondas de oito metros e ventos de 120 km/h.

    “Eles os forçaram a embarcar, sob a ameaça de armas de fogo e paus, depois de terem levado todos os documentos e dinheiro”, explicou Di Giacomo, sobre esses traficantes que tratam os migrantes “como bens, especialmente os da África Negra”.

    Dor profunda

    Depois de um ano de 2014 marcado por mais de 3.200 mortes no Mediterrâneo, esta nova tragédia confirma, de acordo com a OIM, um início de ano dramático com outros 86 imigrantes já mortos ou desaparecidos na costa da Líbia, Itália, Malta, Espanha e Turquia desde Janeiro.

    E as organizações especializadas esperam partidas maciças nos próximos meses, uma vez que as autoridades italianas já registaram 3.528 chegadas em Janeiro, quase 40% a mais que em Janeiro de 2014, um ano recorde, com um total de mais de 170.000 chegadas.

    No entanto, por falta de apoio europeu, a Itália cancelou a operação de socorro Mare Nostrum, que começou em Outubro de 2013 após uma série de tragédias, que deu lugar a uma operação muito menos ambiciosa de controle de fronteira chamada Triton, sob os auspícios da agência europeia Frontex.

    Nesta terça-feira à noite, o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, expressou sua “profunda tristeza” com a morte dos 29 migrantes e condenou fortemente os traficantes “criminosos, assassinos”.

    Embora alguns desses migrantes pudessem ter sido salvos se tivessem sido resgatados por um dos navios de guerra mais bem equipados que patrulhavam como parte do Mare Nostrum, Alfano lembrou que, mesmo durante a operação, houve centenas de mortos.

    “Agora, a Europa deve fazer mais”, acrescentou, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Paulo Gentiloni, explicou em Nova York que Triton é “um começo, mas não o suficiente.” (afp.com)

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