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    Investimento português dependente da capacidade de financiamento

    Angop

    O presidente de direcção da Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola (CCIPA), João Luís Traça, declarou hoje, em Luanda, que a capacidade de investimento das empresas portuguesas no mercado angolano está dependente da sua capacidade de financiamento e das condições em que esse financiamento é concedido.

    “Sem financiamento, nomeadamente financiamento em divisas, as empresas portuguesas terão menos oportunidades para participar, não só nos projectos de diversificação da economia de Angola, mas também em se internacionalizarem a partir de Angola para os demais países da SADC – um mercado de várias centenas de milhões de consumidores”, sublinhou o responsável no terceiro encontro Angola/Portugal, sob lema novo ciclo, novas oportunidades, que juntou em Luanda empresários dos dois países.

    Luís Traça reconheceu que o mercado da SADC é um desafio e uma oportunidade para empresas portuguesas, mas sem financiamento será certamente uma ameaça.

    A par das linhas de financiamento, o responsável do CCIPA entende ser fundamental a assinatura de um Acordo de Protecção Recíproca de Investimento, no contexto do financiamento dos projectos, pois no âmbito das operações de financiamento não basta que os projectos sejam rentáveis, é também necessário que sejam “bancáveis”.

    Mais do que investir nos recursos naturais, destacou que ao longo das últimas décadas os empresários portugueses investiram, sobretudo, “nos angolanos”, acreditaram nos angolanos como clientes, consumidores, colaboradores e, especialmente, parceiros de negócios.

    Neste processo de relações económicas e empresariais entre os dois estados, o presidente do CCIPA enfatizou também a necessidade de aumentar a presença da mulher na actividade empresarial, no âmbito da igualdade do género, como sinal de evolução e justiça e disse acreditar que, com mais mulheres empresárias e empreendedoras, Angola será mais forte.

    O terceiro encontro ocorre sete meses depois da visita do Presidente angolano, João Lourenço, a Portugal e da deslocação há três meses a Angola do chefe do governo Luso, António Costa.

    Luís Traça lembrou que há sensivelmente um ano, por ocasião do II Encontro Portugal-Angola, o Executivo de Angola afirmou, pela primeira vez, ser do seu interesse a conclusão da negociação do Acordo para a Eliminação da Dupla Tributação entre os dois países, até à visita do Primeiro-Ministro António Costa.

    Referiu que desde esse evento da CCIPA ocorreram três visitas de Estado e foi assinado o longamente reivindicado Acordo de Eliminação de Dupla Tributação, assim como foi reforçada em 500 milhões de euros a linha de crédito, conhecida como “Linha COSEC”, entre muitas outras iniciativas, incluindo visitas de empresários portugueses a várias províncias angolanas.

    Acredita que a CCIPA atingirá os seus objectivos se existirem equipas a realizar iniciativas nos dois países.

    “Este evento é, assim, complemento das outras iniciativas realizadas em Portugal, sempre acreditando na parceria estratégica que une empresas e empresários portugueses e angolanos”, disse.

    Por sua vez, o ministro da Economia e do Planeamento de Angola, Pedro Luis da Fonseca, fazendo alusão à crise, referiu que o país está a experimentar um momento difícil, mas ainda assim está a implementar o Programa de Substituição das Importações e Promoção da Exportações (Prodesi), um processo em que o Governo de Angola espera contar com a experiência e apoio de Portugal.

    Pedro Luís da Fonseca apelou a Portugal para que ajude nesse processo de melhoria do ambiente de negócio no país e reforce a cooperação, com o estabelecimento de parcerias tecno-empresariais, de modo que os angolanos possam desfrutar da experiência portuguesa.

    Por sua vez, o ministro adjunto e da Economia de Portugal, Pedro Siza Vieira, prometeu que Portugal estará com Angola neste processo que leverá a diversificação da economia e a melhoria do ambiente de negócios.

    Pedro Siza disse ser também intenção de Portugal apoiar projectos de recuperação de cadeias produtivas que no passado recente tiveram resultados expressivos, e mobilizar financiamento para pequenas e médias empresas.

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