A venda de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA) à banca comercial manteve-se praticamente inalterada na última semana, em 350 milhões de dólares (308 milhões de euros), indicam dados da instituição.
De acordo com o relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, ao qual a Lusa teve hoje acesso, as vendas de divisas entre 15 e 19 de Junho foram concretizadas a uma taxa média de referência do mercado cambial interbancário de 120,430 kwanzas (89 cêntimos) por cada dólar.
Esta taxa de câmbio, um máximo de vários meses, corresponde a uma desvalorização do kwanza, face ao dólar, de cerca de nove por cento em duas semanas.
A injecção de divisas na banca angolana, na primeira semana de Junho, representou máximos de pelo menos um ano, com 936 milhões de dólares (824 milhões de euros) vendidos pelo BNA em leilões, diminuindo na semana seguinte para 340 milhões de dólares (300 milhões de euros).
Com a redução das receitas do petróleo, situação que se vem a agravar desde Outubro, também a entrada de divisas (dólares) no país está em queda, complicando as necessidades de moeda estrangeira que Angola tem para garantir as importações, de alimentos a matéria-prima e máquinas.
Alguns empresários admitiram nas últimas semanas a possibilidade de pararem a produção devido à falta de matéria-prima, tendo em conta os atrasos nos pagamentos de facturas internacionais, dependentes da disponibilização de divisas.
Depois das restrições à injecção de divisas, devido à quebra na cotação do barril de crude no mercado inicial, o governador do BNA disse no final de maio que aquela instituição tem agora “elementos para flexibilizar esta gestão”, passando pelo aumento de dois para três leilões semanais, para regularizar o fluxo de divisas à banca comercial.
“Com as medidas que vamos tomar, cremos que a situação se vai começar a resolver paulatinamente”, apontou José Pedro de Morais Júnior. (Lusa)
