Caluquembe – O projecto de interligação eléctrica entre o centro e sul do país, passando pelo município de Caluquembe, através do Huambo, vai estimular a implantação da indústria transformadora na região, que absorverá a produção agrícola, considerou hoje o administrador da circunscrição, José Nataniel.
O projecto de interligação eléctrica entre o centro e sul do país, com energia proveniente de Laúca, na fronteira entre Malanje e Cuanza Norte, vai elevar a capacidade instalada na província da Huíla, de 68 para mais 200 Megawatts, através da construção de linha de transporte de electricidade de 400 KV, a partir da subestação de Belém (Huambo).
A iniciativa orçada em mais de 543 milhões de dólares, financiado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), numa primeira fase vai ligar o Huambo e Huíla, passando pelos municípios de Caála, Caconda, Caluquembe, Cacula e Lubango.
O administrador, que falava durante a apresentação do projecto, afirmou que a energia é um bem indispensável para o desenvolvimento de uma sociedade, sendo que na agricultura precisam implementar a indústria transformadora para que os produtos do campo não se estraguem nos locais.
Acrescentou que o município tem infra-estruturas sociais de educação e saúde, entre outras que para funcionarem em pleno precisam de energia, o que não acontece no momento.
“Temos hoje uma situação de gastos com máquinas e lubrificantes para poder garantir a energia mínima ao nível do município. O projecto nos agrada. Desde a independência nunca tivemos energia proveniente de uma barragem”, considerou.
Por sua vez, a coordenadora do projecto, Francisca Pereira, realçou que as obras terão início no segundo semestre de 2021.
“O projecto tem um prazo de duração de 18 meses e contamos até 2023 ter o activo completo, com a luz de Laúca finalmente na região sul do país”, disse.
Referiu que posteriormente, com a expansão do sistema a 400 KV, o projecto vai permitir fazer uma interligação com a Namíbia.
A província da Huíla conta actualmente com uma disponibilidade de 68 MW para o fornecimento de energia eléctrica, aos mais de 79 mil e 600 clientes, 26 mil e 699 dos quais possuem contadores, nos municípios do Lubango, Matala, Quipungo, Humpata e Chibia, mas a sua real necessidade é de 340 MW.
A problemática da produção de energia eléctrica na Huíla é antiga, data de há mais de 20 anos, sendo que a principal fonte é a barragem da Matala com capacidade de 39 megawatts, mas que produz somente 26 devido ao assoreamento da albufeira.
Existe igualmente a central térmica da Arimba (Lubango) e a do Chitoto, no Namibe, província que também recebe energia da Huíla e vice-versa. A eneregia dessas infra-estruturas fornece apenas quatro municípios: Lubango, Chibia, Matala e Humpata.