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    Crise financeira abrandou investimentos: Planos de turismo sem dinheiro

    Hotel Presidente (Foto: D.R.)
    Hotel Presidente
    (Foto: D.R.)

    Angola quer apostar no turismo interno, mas falta dinheiro para traçar os planos directórios provinciais e para investir nas potencialidades internas, admite Januário Marra, director do Gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística, do Ministério da Hotelaria e Turismo. O turismo de negócio continua a prevalecer.

    A lei do turismo aprovada recentemente pela Assembleia Nacional apresenta o desenvolvimento turístico com três princípios basilares: competitividade, sustentabilidade e transversalidade.
    O director do Gabinete de Estudo, Planeamento e Estatística, do Ministério da Hotelaria e Turismo, defende que era necessária a aprovação de uma lei ligada ao turismo, que aguarda pela publicação em Diário da República.
    De acordo com Januário Marra, a realização de enventos internacionais obrigou o país a criar condições logísticas, na hoteleira e na restauração. O turismo contribui hoje com menos de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mas a meta é atingir os quatro por cento até 2020.
    Para tal, estão programados muitos projectos enquadrados no Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, mas continuam encravados por falta de financiamento. A prioridade recaiu sobre os 21 projectos que já se encontram em execução, que passam pela criação de infra-estruturas, reparação das estradas e de linhas-férreas, aumento das rotas áreas, promoção do turismo interno, expansão da rede hoteleira, exploração do projecto Okavango/Zambeze (KAZA), das ‘Sete Maravilhas’ e dos pólos de desenvolvimento por parte dos investidores privados.
    Januário Marra sente que “há vontade dos governos provinciais em elaborar os planos directórios e criar acessibilidades para que os pontos turísticos sejam explorados”, mas admite faltar dinheiro, por isso, “é preciso paciência porque há trabalho a ser feito”, garante Januário Marra.
    Em 2013, entraram no país cerca de 600 mil turistas estrangeiros, mas registou-se uma baixa de entradas de turistas para 594 mil em 2014. Os negócios também começaram a baixar a partir do segundo semestre do ano passado. Angola tem agora três aeroportos internacionais, o ‘4 de Fevereiro’, o de Catumbela (que aguarda a certificação internacional) e o recém-inaugurado do Luau.
    O Ministério do Interior prepara uma nova legislação que permita facilitar a concepção de vistos para turistas externos.

    ESCOLAS SUSPENSAS

    O Ministério da Hotelaria e Turismo tinha projectado a construção dos seis hotéis-escola, um dos quais em Luanda, no bairro Ramiro, com orçamento previsto de 1,9 mil milhões kwanzas. Todos estão suspensos devido à crise financeira, provocada pela queda do preço do barril do petróleo. Além de Luanda prevê-se a construção de escolas em Benguela, Huíla, Uíge, Moxico e Huambo.
    As escolas terão uma componente teórica e prática e vão permitir aos estudantes ter uma qualificação técnico-profissional para inserção no trabalho. Fora destas, a Universidade ‘Agostinho Neto’, Metodista, UPRA e o Instituto Superior Politécnico de Malanje já leccionam o curso de turismo, além de um conjunto de escolas privadas.

    UM MONSTRO ADORMECIDO

    Januário Marra não duvida que o turismo é um sector produtivo, mas precisa de mais acessibilidade e melhores vias para que se possa circular. “É preciso que haja hotéis e é preciso começar pelo turismo interno, serem os próprios angolanos a visitar os pontos turísticos e divulgá-los para que os estrangeiros sejam atraídos”, reforça o director, que critica os “exagerados e nada justos” preços praticados pelos hotéis
    No entanto, entende que o Estado “não pode defini-los” com medidas administrativas. “É o próprio crescimento do mercado, o aumento da oferta, que vai baixar os preços. Cada operador tem a sua justificação, acrescido do facto de Angola ser um país considerado dos mais caros”.
    Luanda detém a maior concentração da rede de hotéis com 35,5 por cento, seguindo-se Benguela e Huíla com 20,8 e 13,4 por cento, respectivamente.
    Para equilibrar os preços, o quadro do Ministério da Hotelaria e Turismo entende que deve ser feito um trabalho para o aumento da oferta. Por exemplo, as AAA têm um plano de construir 82 unidades. Este ano deve inaugurar 21 hotéis. (novagazeta.co.ao)

    Por: José Zangui

     

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