Cuba anunciou nesta quinta-feira uma redução de páginas e frequência de seus principais jornais, incluindo o Granma do Partido Comunista, devido à intensificação das sanções econômicas desde que o presidente Donald Trump chegou à Casa Blanca.
“Devido a dificuldades com a disponibilidade de papel-jornal no país, as edições do jornal Granma das quartas e sextas-feiras, assim como dos semanários Granma Internacional, Trabajadores, Orbe y Opciones, serão reduzidas de 16 para oito páginas a partir da sexta-feira, 5 de Abril”, disse o governo.
O Juventud Rebelde, diário da juventude comunista, circulará aos domingos com suas páginas habituais e “deixará de circular aos sábados”, enquanto “outras publicações impressas em papel-jornal também terão sua circulação afectada”, afirma a nota, sem maiores detalhes.
Os jornais estatais manterão suas edições digitais. Uma redução semelhante ocorreu na década de 1990, durante o denominado “Período Especial”, como se qualificou a crise econômica provocada pelo colapso da União Soviética, que à época era o maior sócio comercial da ilha. Os diários provinciais passaram a ser semanais.
A redução da imprensa oficial se soma a um desabastecimento notório de produtos de primeira necessidade para os cubanos, que vai de azeite, ovos, farinha de trigo e remédios até artigos de higiene – o que causa longas filas na rede de mercados locais quando são distribuídos.
O governo comunista admitiu publicamente o desabastecimento, argumentando que “produções importantes para a economia não foram atendidas”. Cuba importa entre 60 e 70 por cento dos alimentos que consume por cerca de 2 bilhões de dólares.