Duas destacadas figuras da província angolana do Cunene exortaram o Governo a declarar o estado de emergência devido ao crescente problema da fome.
A crise, que já levou um grande número de pessoas a procurar empregos e alimentos na vizinha Namibia e também a um grande fluxo de pessoas para Ondjiva, foi agravada pela praga de gafanhotos que destruiu lavras na província
O Ppadre Gaudêncio Felix Yakulengue, igualmente líder da Associação “ANO” dos Direitos na província do Cunene, disse que “há neste momento famílias que estão a partilhar com sete outras famílias” o pouco que têm.
“Incentivamos o nosso Executivo a declarar o estado de emergência, não tanto por causa da praga de gafanhotos, mas pela situação que Cunene está a viver”, disse afirmando que isso iria permitir à região receber apoios do exterior do país na mitigação da fome.
Por seu lado, o empresário Jerónimo António afirmou que todos os dias angolanos com fome entram ilegalmente na Namibia à procura de sustento.
“Vamos pedir ao Governo angolano, no interesse nacional, a necessidade de se declarar o estado de emergência para salvar vidas humanas”, disse afirmando que a fome está a levar a um aumento da “pressão nas áreas urbanas e pressão nas instituições”.
Em Ondjiva, concluiu, “estamos a ver que já está afogar as instituições”.