O Congresso Nacional Democrático, o maior partido da oposição no Gana, considera os resultados “fraudulentos” e acusa a presidente da comissão eleitoral de agir de “má fé”.
O principal partido da oposição no Gana, o Congresso Nacional Democrático (NDC), cujo candidato ficou em segundo lugar numa eleição presidencial fortemente criticada, anunciou, esta quinta-feira (10.12), que vai contestar os resultados anunciados pela comissão eleitoral do país.
Akufo-Addo, do Partido Novo Patriota, foi o vencedor das eleições, realizadas na passada segunda-feira, com 51,3% dos votos, derrotando o seu antecessor no cargo, o ex-presidente John Dramani Mahama, que recebeu 47,3% dos votos escrutinados, de acordo com a comissão eleitoral, que fez entretanto uma ligeira correção dos dados anunciados ao fim do dia de quarta-feira.
Resultados “fradulentos”
Haruna Iddrisu, dirigente do NDC, anunciou que o partido “rejeita” os resultados da eleições, que considera “fraudulentos”, depois de uma “consulta extensa” dos mesmos.
O responsável, citado pela agência Associated Press, acusou ainda a presidente da comissão eleitoral, Jean Mensa, de agir de “má fé” ao ignorar o pedido de Mahama para que a Codeo desse algumas das suas preocupações e ao anunciar um resultado “sem crédito”.
“A conduta da presidente da comissão eleitoral e outra informação disponível tornam impossível que aceitemos os resultados das eleições” gerais, afirmou Iddrisu.
Em contramão a estas afirmações, um dos responsáveis da coligação dos observadores ganeses às eleições (Codeo), Sheikh Arimiyawo Shaibu, anunciou que o organismo considera que “os resultados apresentados pela comissão eleitoral refletem a forma como os ganeses votaram na eleição presidencial de 7 de dezembro”.
A Codeo, que esteve presente em 4 mil dos 38 mil assembleias de voto no país, aconselhou os candidatos a “confiarem” nos resultados e a “resolverem pacificamente” eventuais desentendimentos pela “via legal”, acrescentou Shaibu.
Os resultados das eleições presidenciais foram anunciados 48 horas após o fim da votação, que decorreu na passada segunda-feira, quando mais de 17 milhões de eleitores foram chamados às urnas para escolher um entre os 12 candidatos à magistratura suprema do Estado.