A questão dos direitos humanos está no centro do Acordo de Diálogo Político e Cooperação entre Cuba e a União Europeia, disse nesta sexta-feira (24) Eamon Gilmore, representante especial da UE sobre este assunto, que pediu um debate “honesto e direto”.
O diplomata irlandês falou no início das negociações com representantes do governo cubano durante uma visita à ilha desde quinta-feira, no âmbito do Acordo de Diálogo Político e Cooperação UE-Cuba, em vigor desde 2017.
“Os direitos humanos ocupam um lugar central neste acordo e cooperação política”, disse o relator, estimando que ambas as partes conseguirão chegar a um acordo sobre algumas questões, mas haverá outras “em que questionaremos e talvez por vezes desafiaremos um ao outro”, indicou.
Gilmore apelou a “um debate franco e direto” com o governo cubano.
Rodolfo Benítez, diretor de Assuntos Multilaterais da Chancelaria cubana, pediu uma conversa “respeitosa e construtiva, entre iguais”.
“Vemos este exercício como uma excelente oportunidade para compartilhar experiências e boas práticas que contribuem para fortalecer a promoção e proteção dos direitos humanos na União Europeia e em Cuba”, disse o responsável cubano.
Na quinta-feira, o representante europeu reuniu-se com grupos da sociedade civil, com o ministro da Justiça, o vice-ministro do Interior e com deputados da Assembleia Nacional.
A visita ocorre dois anos depois de a ilha ter sido abalada pelas históricas manifestações de 11 e 12 de julho de 2021, quando milhares de cubanos saíram às ruas gritando “temos fome” e “liberdade”.