Resultados da NOS, empresa lusa dona de 30% da Zap, indicam que receita vinda da operadora angolana subiu 23%, em euros, mas refere que desvalorização do Kz face ao dólar penalizou resultado em Angola.
A s receitas da Zap ascenderam a cerca de 8,2 mil milhões Kz no segundo trimestre, revelam os resultados da portuguesa NOS, ‘dona’ de 30% da empresa de TV por subscrição com operações em Angola e Moçambique. Segundo os dados divulgados no fim da semana passada pela companhia lusa, as receitas oriundas da sua participação na empresa detida maioritariamente pela empresária angolana Isabel dos Santos ascenderam a 18 milhões de euros, mas a desvalorização do kwanza afectou o resultado da operação em Angola.
“As receitas da joint venture angolana de TV por subscrição continuaram a acrescer significativamente, com a participação de 30% da NOS a registar um acréscimo anual de 23%, para 18 milhões de euros”, lê-se no documento de apresentação de resultados da operadora lusa, divulgados no seu website e ao mercado.
O documento salienta, contudo, que “os resultados de empresas associadas e joint ventures decresceram significativamente” no segundo trimestre “para 0,5 milhões de euros (tinham ascendido a 2,7 milhões de euros no 2T14 e a 7,3 milhões de euros no 1T15), sobretudo em resultado da desvalorização do kwanza face ao USD, o que impactou negativamente os resultados operacionais da Zap devido a custos contratados em USD, gerando um encargo financeiro abaixo de EBITDA devido ao impacto cambial em contas correntes denominadas em USD no montante negativo de 2,8 milhões de euros no 2T15”.
Apesar deste efeito, a divulgação de resultados salienta que “a Zap tornou-se num operador de referência em Angola e Moçambique, devido ao sucesso continuado das suas operações comerciais” e refere que a empresa “mantém o seu enfoque na contínua expansão dos seus canais de venda, aumentando a sua presença nestes territórios”. O comunicado recorda que no segundo trimestre deste ano a Zap abriu duas novas lojas em Luanda (Benfica e Samba) e uma na capital moçambicana, Maputo (Alberto Lituly).
Em Moçambique, a empresa “tem também vindo a expandir a sua cobertura comercial através do canal de vendas van selling”, estratégia que lhe permite “atingir as regiões mais distantes”. Em Angola, a empresa destaca, no primeiro trimestre deste ano, o lançamento da Zap Fibra, um pacote de TV e internet baseado numa solução de FTTH. “A Zap está actualmente a aumentar a cobertura da sua rede de FTTH em Luanda, cobrindo já algumas áreas importantes da cidade, nomeadamente, Talatona, Nova Vida, Centralidade do Kilamba e Morro Bento”, revela.
Novos conteúdos em Angola e Moçambique
A companhia garante que “continua a diferenciar-se da sua concorrência” quer em Angola, quer em Moçambique “através da melhoria da sua oferta de conteúdos”. No segundo trimestre, “a Zap aumentou a cobertura de eventos desportivos angolanos, transmitindo jogos das ligas locais de futebol, andebol e basquetebol, bem como uma competição internacional de natação que decorreu em Luanda”, indica a nota.
O documento acrescenta que a operadora “adicionou também aos seus pacotes a TV Sucesso, um novo canal generalista moçambicano, que conta com algumas das estrelas de TV moçambicanas mais reconhecidas, bem como um novo feed do canal AXN dirigido aos mercados angolano e moçambicano, com alguns conteúdos dobrados em português”.
A empresa assinala ainda que passou a ter em Angola o exclusivo da Globo – que estava com a DStv. Entretanto, passou a ter também jogos da liga espanhola, ‘partilhados’ com a concorrente sul-africana. A Zap arrancou em Angola em Abril de 2010 e é, segundo informação publicada no seu site, “o maior operador de TV por satélite em Angola”. Para além da emissão de sinal televisivo, detém, desde Março de 2014, a produtora Zap Studios, onde cria conteúdos exclusivos. (expansao.co.ao)
por Ricardo David Lopes