O futuro reator de fusão nuclear está a ser construído em Cadarache, junto a Marselha, em França.
O principal objetivo dos investigadores é simular as grandes reações energéticas que acontecem no interior das estrelas, para que possam ser utilizadas como fonte de energia limpa.
A União Europeia a Rússia, a China, os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão integram este projeto colossal. O peso do reator será três vezes superior ao da Torre Eiffel, numa área sessenta vez maior que um campo de futebol.
“O problema não pode ser visto apenas do ponto de vista do custo do investimento. É preciso ter em conta a energia produzida. Mesmo que o custo seja elevado, a quantidade de energia produzida no longo prazo justifica o investimento inicial.”
O Reator Experimental Termonuclear Internacional (ITER, em inglês) poderá ser um passo decisivo para realizar um sonho antigo: produzir energia barata, limpa e inesgotável.
“A vantagem mais importante tem a ver com o combustível. O combustível é o hidrogénio, que existe em grandes quantidades na natureza, no mar e nas águas dos lagos. É um recurso praticamente inesgotável durante várias centenas de milhões de anos. Outra vantagem prende-se com a gestão dos resíduos. Existem alguns resíduos radioativos mas com um ciclo de vida curto, apenas algumas centenas de anos. No caso da fissão nuclear, são milhões de anos”, afirmou Bernard Bigot, diretor do projeto.
Um dos problemas que os cientistas enfrentam é o da raridade de certos elementos naturais, como o Trítio. Apenas pequenas quantidades são formadas pela interação da atmosfera com os raios cósmicos.
Apesar das dificuldades do projeto os cientistas afirmam que vale a pena investir na fusão nuclear por várias razões, nomeadamente por motivos de segurança. Contrariamente à fissão nuclear, a fusão nuclear, pode ser interrompida rapidamente em caso de acidente.
“Em caso de acidente, que tipo de acidente teríamos? Um fuga, porque a estrutura não é impermeável. A matéria em questão, o gás, seria libertado na natureza. As quantidades libertadas permitiriam a continuação da vida e das atividades das populações”, garantiu o responsável.
Outros do grandes desafios do projeto prende-se com o financiamento da estrutura. O custo do reactor ronda os 16 mil milhões de euros. A estimativa atual é três vezes superior às primeiras previsões feitas em 2006. No entanto, os cientistas sublinham que o preço não é a única variável: é preciso ter em conta a quantidade de energia que vai ser possível produzir.
“O problema não pode ser visto apenas do ponto de vista do custo do investimento inicial. É preciso ter em conta a energia produzida. Mesmo que o custo seja elevado, a quantidade de energia produzida no longo prazo justifica o investimento inicial”, garantiu o responsável.
Ainda é cedo para saber se o reator termonuclear poderá resolver os problemas energéticos da humanidade. Devido à complexidade da construção, o projeto não tem uma data exata de conclusão. (euronews.com)