Para o ano em curso, a administração da empresa prevê um crescimento na facturação na ordem dos 20% e a redução do peso do seguro automóvel nos negócios.
Cerca de 300 milhões Kz (3 milhões USD) foi quanto facturou a NOSSA Seguros, no ano passado, um crescimento de 84% relativamente a 2013, com o seguro automóvel obrigatório de responsabilidade civil a pesar 80%, de acordo com dados avançados em conferência de imprensa pelo presidente do conselho de administração da companhia, Carlos Duarte.
Para o ano em curso, indica Carlos Duarte, a administração da empresa prevê um crescimento na ordem dos 20%, “à semelhança do que tem vindo a registar- se nos últimos quatro anos”. Entretanto, Ernesto Monteiro, administrador executivo da empresa, acredita que com a integração do seguro de saúde, que começou a ser comercializado em finais de 2014, e do seguro de acidentes de trabalho, a estrutura de ganhos se altere, fazendo baixar o peso do seguro automóvel.
Explicou que o produto de saúde, com quatro planos distintos, tem como novidade o facto de, para além de Angola, os segurados poderem também aderir a redes internacionais de prestadores clínicos, em Portugal, Espanha, na África do Sul, Namíbia e no Brasil.
Na conferência de imprensa realizada no âmbito do 10.º aniversário da companhia, o PCA da NOSSA Seguros avançou também que, em 2014, os prémios processados atingiram os 7,6 mil milhões Kz (76 milhões USD), o que corresponde a um crescimento de 17% face a 2013, enquanto os cobrados se fixaram nos 6 mil milhões Kz (60 milhões USD), 33% a mais que no exercício anterior. Por sua vez, acrescentou, os capitais próprios cresceram 23%, ao passar de 1,4 mil milhões Kz (14 milhões USD) em 2013 para 1,8 mil milhões Kz (18 milhões USD) no ano passado.
Carlos Duarte justificou o aumento dos fundos próprios com a contínua acumulação dos resultados de forma a garantir uma estrutura de balanço equilibrada. No ano passado, de acordo com dados constantes no relatório de gestão e contas da instituição, o rácio de sinistralidade (valor dos sinistros a dividir pelo volume total de prémios) manteve- se nos 34%, apesar do aumento significativo no ramo automóvel.
Já o ROE, indicador de grande interesse para os accionistas, na medida que os permite saber a que percentagem está a ser remunerado o seu capital, passou de 12% em 2013 para cerca de 18% no ano passado, muito acima daquilo que é a média do sistema bancário. Embora em 2014 os níveis de solvência da companhia tenham passado de 132% para 120%, o PCA considera que os mesmos ainda excedem os valores mínimos legalmente fixados.
Gastos de estrutura crescem
Em 2014, os gastos de estrutura da NOSSA Seguros registaram um crescimento de 23%, em linha com os prémios e a sinistralidade, sentido idêntico dos custos com o pessoal, que tiveram um acréscimo de 43%, sendo que os fornecimentos e serviços externos cresceram 4%.
Dados do relatório de gestão e contas de 2014 mostram igualmente um aumento dos investimentos em 65% e reforço das provisões técnicas líquidas em 35%. Carlos Duarte afirmou que o aumento dos investimentos permite a NOSSA Seguros ter adequadamente representadas as suas responsabilidades para com segurados e terceiros.
Regime de co-seguro entre os desafios
A implementação do regime do co-seguro no seguro energético, de minas e de aviação está entre os principais desafios do sector para 2015, segundo apontou o presidente do conselho de administração da NOSSA Seguros. “O que o regulador nos diz é que vai-se liberalizar estes sectores para permitir que todas as seguradoras beneficiem também do dinamismo dos mesmos, mas o certo é que ainda não temos nada em concreto”, afirmou.
Carlos Duarte disse acreditar que o regime de co-seguro pode traduzir-se numa elevação substancial do volume de preços no mercado, capaz de sustentar os actuais players e os demais que vierem a entrar. O Expansão apurou que, neste momento, seis novas seguradoras aguardam pelas licenças de operação.
Para além do regime de co-seguro, o ‘homem forte’ da NOSSA Seguros elegeu também a questão do ambiente regulamentar, a competitividade, a fiscalização dos seguros obrigatórios, a kwanzalização das operações, o desenvolvimento da linha de negócios focada em vida, saúde e fundos de pensões, a dinamização comercial e a consolidação do bancassurance como outros desafios para o sector no ano em curso.
Juntou ainda a estes o programa de gestão do talento humano e desenvolvimento de líderes (tendo em vista uma adequada sucessão), maior foco no processo de cobranças, as funções de auditoria interna e controlo de gestão, bem como os investimentos em sistemas. (expansao.ao)
Por: Francisco de Andrade