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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Myanmar nega “limpeza étnica” contra muçulmanos

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O embaixador de Myanmar na ONU afirmou que não há qualquer “limpeza étnica” ou genocídio a decorrer contra os muçulmanos, opondo-se “nos termos mais fortes” aos países que usaram essas palavras para descrever a situação no estado de Rakhine.

Hau Do Suan usou o seu “direito de resposta” no final de um encontro de seis dias com líderes mundiais na assembleia-geral da ONU, na segunda-feira, para responder ao que apelidou de “comentários irresponsáveis” e “alegações infundadas” feitas nos discursos da organização, que representa 193 países.

No último mês, mais de 420 mil rohingyas muçulmanos chegaram ao Bangladesh, depois de as suas casas e aldeias serem incendiadas por soldados e monges budistas. Hau insistiu: “Não há qualquer limpeza étnica. Não há qualquer genocídio (…) Vamos fazer todos os possíveis para impedir uma limpeza étnica e genocídio”.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas vai reunir-se na quinta-feira para analisar a violência em Myanmar e a crise ligada à questão da minoria muçulmana rohingya, disseram diplomatas na segunda-feira. O secretário-geral da ONU, António Guterres, dirigir-se-á ao Conselho durante a reunião pedida por sete países, entre os quais os Estados Unidos e a França.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) advertiu na segunda-feira para a situação “desesperada” dos rohingyas refugiados no vizinho Bangladesh, considerando que poderá piorar caso não aumente a ajuda humanitária.

Segundo a ONU, cerca de 436 mil rohingyas chegaram ao Bangladesh no último mês, fugindo da violência em Myanmar, que escalou após os ataques a 25 de agosto do Exército de Salvação do Estado Rohingya (ARSA) contra postos militares e da polícia.

Na sequência dos ataques, “o Exército de Myanmar tem realizado execuções e pilhagens em massa, destruindo centenas de aldeias e forçando quase meio milhão de rohingya a fugirem para o vizinho Bangladesh”, segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch. (Observador)

por Lusa

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