Os “sinais” de violência que se verificam nos protestos policiais de sexta-feira “podem estar a constituir um cenário de golpe”, afirmou a ministra da Comunicação, Amanda Dávila.
“Perante à violência que vimos ontem [na sexta-feira], face a estes indícios que estamos a observar a partir dos relatos da imprensa, dos relatórios dos serviços de inteligência que estão a chegar, temos aqui um cenário muito preocupante”, afirmou.
A responsável fazia referência aos violentos distúrbios em várias cidades do país, sobretudo na capital, La Paz, onde centenas de agentes saquearam o edifício onde funcionam os serviços de inteligência da Bolívia, o Tribunal Disciplinar da Polícia e a Interpol, tendo queimado arquivos.
Segundo a ministra, as mulheres dos polícias mostraram que “não há essa intenção política, que eles querem dialogar”, contudo, insistiu no facto de ter de se resolver este conflito. “Caso contrário, estamos a entrar num cenário de golpe de Estado”, apontou Dávila.
Reivindicação de melhores salários
Uma comissão de ministros e os dirigentes dos polícias têm mantido reuniões preliminares desde a última noite sobre a reivindicação de melhores salários para os agentes que, até ao momento, se têm revelado infrutíferas.
As autoridades e os agentes tentaram dialogar novamente, depois de a segunda tentativa de diálogo ter sido suspensa na tarde de sábado por uma marcha de protesto de polícias.
Horas antes, a mesma ministra declarou à Rádio Erbol que tinha a informação de que os polícias pretendem continuar a manifestar-se até terça-feira, altura em que está prevista ainda a chegada a La Paz dos indígenas da Amazónia que defendem o Território Indígena do Parque Isiboro Sécure (TIPNIS) habitado por cerca de 50.000 nativos de três grupos diferentes.
Os indígenas estão contra o plano governamental que prevê a construção de uma autoestrada que atravessa a reserva natural.
No entanto, os agentes negaram ter vínculos políticos ou intenções de deitar abaixo o presidente, assegurando que apenas procuram melhores salários.
Os polícias querem que a sua tabela de vencimentos seja idêntica à das Forças Armadas, dado que um militar na mesma categoria pode ganhar o equivalente ao dobro.
O governo da Bolívia, um dos países mais pobres da América, propôs rever em alta o valor de um subsídio mensal atribuído pelas tarefas de
FONTE: Expresso