A instituição financeira norte-americana espera que em 2017 a moeda europeia custe apenas 80 cêntimos do dólar, menos cinco cêntimos que a previsão do próprio Deutsche Bank.
O trajecto da cotação do euro em relação ao dólar parece não suscitar grandes dúvidas. A caminhada do euro desde 2002 inverteu-se e, agora, o Goldman Sachs (GS) prevê que a moeda europeia acabe, dentro de dois anos, por cair para 80 cêntimos de dólar, e antevê ainda que a paridade entre as duas moedas possa acontecer num prazo de seis meses. Todas as instituições financeiras reviram as previsões do euro em baixa.
Mesmo o Deutsche Bank admite uma quebra forte da moeda europeia e, mesmo não indo tão longe quanto a GS, admite que possa atingir os 85 cêntimos do dólar. Mas não há só um sentido nesta aproximação entre o dólar e o euro.
Também a moeda norte-americana ‘mexe’, numa curva ascendente. Se do lado do euro a pressão é imputada ao Banco Central Europeu (BCE) e às compras de dívida pública, do outro lado do Atlântico o dólar parece beneficiar da iniciativa da Reserva Federal norte- -americana que promete aumentar a taxa de juro no curto prazo.
Na Europa, a intervenção do BCE para aliviar as taxas das obrigações soberanas pode estar a fragilizar a moeda comum. Nessa política do BCE, foram já aplicados 10 mil milhões de euros que a autoridade monetária trocou por obrigações soberanas de Portugal, Alemanha, Bélgica, Itália e Espanha, fazendo com que as respectivas taxas de juro caíssem para níveis históricos. Recorde-se que esta política monetária do BCE aponta para que, por mês, sejam aplicados 60 mil milhões de euros em compra de títulos de dívida pública a bancos comerciais até Setembro de 2016.
Esta medida, que está a provocar a queda da moeda europeia, pode vir a ser posta em causa pelos poderes financeiros mais conservadores, que não aprovam esta intervenção do banco central nas taxas de juro, refere o Financial Times.
Quanto aos efeitos desta variação da moeda europeia, a autoridade monetária refere, citada no título português Jornal de Negócios, que pode fazer subir a inflação, que se encontra nos -0,3%, podendo, segundo prevê, fazer com que esta atinja, até 2017, os 1,8%. Mas a fragilidade da moeda europeia pode ser bem aproveitada, já que pode constituir um bom incentivo à exportação. (expansao.ao)