As relações económicas entre Angola e o Japão, a contribuição do Japão no crescimento e desenvolvimento de Angola, parcerias de negócio entre as duas economias e oportunidades de investimento são alguns temas que dominaram o segundo “Fórum de Negócios Angola-Japão”, que decorreu esta semana, em Luanda, no dia 9 do corrente mês. O evento reuniu 37 empresas e 118 empresários japoneses ligados aos mais diversos sectores económicos, inclusive, ministros e alguns empresários nacionais.
O objectivo principal do encontro foi expor as potencialidades de que Angola oferece para a continuação de uma nova parceria segura entre os investidores angolanos e japoneses com foco no sector primário. Apesar disso, do ponto de vista institucional não existe ainda um acordo geral de cooperação assinado entre as duas Nações, apesar da relação de cooperação existir desde 1976. As acções realizadas nos mais variados domínios entre os dois países têm sido feitas com base em acordos específicos, denominados por troca de notas e contratos para a execução de projectos através de empresas japonesas.
Por essa razão, a secretária de Estado para Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Ângela Bragança, afirmou que os dois Governos trabalham para a negociação de vários instrumentos jurídicos com realce para o acordo de protecção e acção recíproca e de cooperação técnica, com vista a dar uma nova dinâmica nas relações de cooperação comercial e económica, potenciando, assim, valências tecnológicas existentes, e ao mesmo tempo criando condições seguras para a promoção e a protecção de investimentos.
Existem, digamos assim, uma subida nas trocas entre os dois países. Só para exemplificar em 2013, o Japão exportou para Angola automóveis, materiais de construção civil e outros equipamentos no valor de 280 milhões de dólares, o equivalente a 29.705 milhões de kwanzas. Além disso, no mesmo período Angola exportou para aquele país asiático petróleo num valor de 376 milhões de dólares (39.890 milhões de kwanzas), tendo resultado num saldo positivo na balança comercial angolana de 96 milhões de dólares (10.184 milhões de kwanzas).
Seja como for, os números tendem a crescer e acreditamos que a cooperação com o Japão ajudará ainda mais o país a diversificar a sua economia sem quaisquer receios, pois, os japoneses têm “know-how” e tecnologia. Para alterar este quadro apontado na linha anterior, o Executivo angolano aprovou uma estratégia de aceleração da diversificação, que consiste na identificação e aceleração do desenvolvimento de clusters da alimentação e agro-indústria, actividade extractiva do sector mineiro, cadeia produtiva do petróleo e do gás natural, bem como o cluster de habitação, dos serviços, águas e energia, dos transportes e logística, com base no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013/2017.
Sem sombra de dúvidas, a cooperação económica entre os dois Estados constitui peça chave para garantir a diversificação da economia de qualquer país e assegurar o auto-sustento das famílias. Para isso, nada melhor captar experiências e investimentos de um dos gigantes asiáticos, considerada a terceira maior do mundo com PIB nominal, a quarta maior em paridade do poder de compra e o segundo maior país desenvolvido do mundo, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). (jornaldeeconomia.ao)