O Parlamento Europeu reconheceu oficialmente como genocídio a grande fome na Ucrânia, nos anos 30, imposta pelo regime de Estaline e conhecida como Holodomor. A moção foi aprovada com 507 votos a favor, 17 abstenções e apenas 12 votos contra, incluindo dos eurodeputados do Partido Comunista Português Sandra Pereira e Pimenta Lopes. Tirando poucas exceções, o documento recebeu o apoio de deputados de todas as sensibilidades políticas presentes em Estrasburgo.
Viola von Cramon-Traubadel, deputada alemã dos Verdes, diz: “O Holodomor não foi uma tragédia para uma ou duas famílias. Foi uma tentativa de extermínio de uma nação inteira por parte do regime soviético. As brigadas de Estaline pilharam as aldeias ucranianas à procura de todos os cereais que pudessem ter restado. Chegaram carregadas de ódio, movidas pela propaganda soviética”.
O Holodomor não foi uma tragédia para uma ou duas famílias. Foi uma tentativa de extermínio de uma nação inteira por parte do regime soviético.
Viola von Cramon-Traubadel
Deputada alemã dos Verdes
A Euronews falou com o Eurodeputado que propôs a moção, o conservador polaco Radosław Sikorski: “Foi mais uma tentativa de apagar a Ucrânia do mapa, algo que as autoridades czaristas tentaram no século XIX, ao proibirem o uso do ucraniano em documentos escritos, e que Putin tenta agora, condenando os ucranianos à fome, ao frio e à falta de eletricidade”.
90 anos depois, ainda não há consenso sobre o número de vítimas que a grande fome dos anos 1932 e 1933 fez. A estimativa oficial é de dois milhões e 800 mil vítimas, mas alguns historiadores avançam números até aos sete milhões e meio de mortos.
O regime retirou aos produtores e camponeses praticamente toda a produção agrícola que conseguiram. Há quem culpe as políticas de coletivização de Estaline, mas também quem aponte uma tentativa deliberada de aniquilar o povo ucraniano e assim as aspirações à independência.
EURONEWS