O escritor José Luís Mendonça regressa ao mercado literário angolano com o lançamento, no dia 30 do mês em curso, da “Luanda fica longe e outras estórias”, e sessão a ter lugar no Centro Cultural Português, em Luanda.
A obra, que já foi publicada no mercado português em Março, reúne 18 contos, seleccionados pelo autor, escritos desde 1983 até aos dias de hoje. Quinze desses contos foram revistos e reelaborados pelo autor ao longo do tempo e os restantes três são absolutamente inéditos (“A fonte de Inspiração”, “A Secretária Dengosa” e Seis Anos”).
“Luanda fica longe e outras estórias” é a terceira obra de prosa, depois da publicação de “Os vinte Dedos da Vida”, em 2003 e “O Reino das Casuarinas”, em 2014.
No estilo dominante a raiar a prosa poética, com recorrente afloramento irónico, o autor constrói um mosaico rico e diversificado juntando histórias de vida, de quotidianos de bairros de Luanda (Chicala, Cazenga e Boavista), de figuras, de mitos e de sonhos, no contexto pós-independência do país, até à actualidade. A história recente do país retratada através de personagens diversificadas, com a sensibilidade e mestria de um escritor que tem vindo a afirmar-se na prosa, depois de ter conquistado um lugar cimeiro entre os poetas da sua geração.
José Luís Mendonça nasceu a 24 de Novembro de 1955, na comuna da Mussuemba, município do Golungo Alto (Cuanza Norte).
Licenciado em Direito pela Universidade Católica de Angola, é jornalista e poeta de profissão, actualmente vinculado às Edições Novembro, E.P., onde exerce ao cargo de director e editor-chefe do Jornal Cultura, quinzenário angolano de Artes & Letras.
Autor de vários livros de poesia, de um conto e de um romance, fez a sua aparição no mundo das letras angolanas com Chuva Novembrina, obra à qual foi atribuído em 1981 o Prémio Sagrada Esperança pela INALD – Instituto Nacional do Livro e do Disco.
Em 2005, o Ministério da Cultura atribuiu-lhe o Prémio Angola Trinta Anos, na disciplina de Literatura, no âmbito das comemorações do 30º Aniversário da Independência Nacional, pela sua obra poética Um Voo de Borboleta no Mecanismo Inerte do Tempo. No mesmo ano foi contemplado com o Prémio Notícias Gerais da Lusofonia no Concurso CNN MultiChoice Jornalista Africano.
No ano de 2015 foi-lhe outorgado o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria de Literatura, devido à singularidade do estilo e ao valor cultural das temáticas tratadas, tendo instituído o amor como guia da sua produção literária, em torno do qual percorrem diversos outros temas, de entre os quais as relações entre os povos e o poder político, para além de, no conjunto da sua obra literária, associar a política e a ideologia, as interacções que a história recente de Angola levanta, as tradições populares e o maravilhoso, bem como a preservação do ambiente. (ANGOP)