O veterano economista de centro-direita Pedro Pablo Kuczynski será o próximo presidente do Peru, tendo triunfado nas eleições mais apertadas do país em cinco décadas com promessas de aumentar os gastos do governo para impulsionar a economia.
Em uma disputa palmo a palmo, Kuczynski obteve 50,12 por cento dos votos, poucos décimos acima dos 49,88 por cento de sua rival Keiko Fujimori, informou nesta quinta-feira o chefe do órgão eleitoral peruano, Mariano Cucho, com 100 por cento dos votos apurados e depois de uma contagem que durou quatro dias.
Kuczynski, ex-ministro das Finanças, de 77 anos, recebeu na recta final da campanha o apoio da maior parte do espectro político peruano, que o considerou a última opção para evitar o retorno de um Fujimori ao poder.
Para Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está na prisão, esta é a segunda derrota em uma votação presidencial. Ela já tinha caído em 2011 contra o actual presidente peruano, Ollanta Humala, prejudicada por seu sobrenome que para muitos traz lembranças de autoritarismo e corrupção.
Seu pai governou com mão de ferro entre 1990 e 2000, e está cumprindo pena de prisão por abuso de direitos humanos e corrupção.
Apesar disso, Kuczynski, para ter suas iniciativas aprovadas, terá de se sentar e negociar com Keiko, cujo partido terá maioria absoluta no Congresso.
Filho de imigrantes europeus e com uma imagem de gestor eficiente e honesto, Kuczynski recorreu durante a campanha à sua experiência, mas também a propostas como a redução de impostos e o aumento do deficit fiscal para gerar mais recursos e acelerar o ritmo da economia do país minerador, que perdeu força devido à queda dos preços mundiais das commodities.
Kuczynski sinalizou que vai procurar construir pontes e ser conciliador com os seus rivais políticos.
Apesar da incerteza que havia até esta quinta-feira sobre o resultado eleitoral, os mercados financeiros se mantiveram calmos, uma vez que tanto Kuczynski como Keiko prometeram manter o modelo de livre mercado que fez o país crescer muito mais rápido do que outros vizinhos latino-americanos até alguns anos atrás. (REUTERS)
por Marco Aquino