– A meia tem que ser apropriada, com material certo, justa para não fazer bolhas e para o pé direito ou esquerdo por causa da curvatura – explica Claudio Gil Soares de Araújo, diretor-médico da Clínica de Medicina do Exercício, que destaca ainda roupas leves e claras, boné, óculos, filtro solar e calçado certo (para a pisada e o terreno) no kit básico do atleta outdoor. Além de água, comida e capa de chuva. – Carregar no bolso um cartão com informações de saúde, nome e telefone de contato também é importante caso aconteça um desconforto no meio de uma trilha, por exemplo – aconselha.
Para quem está começando, o professor de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Turíbio Leite, fisiologista do Esporte Clube Pinheiros, indica avaliação médica.
– É preciso ir ao médico de qualquer jeito, porque se o indivíduo for portador de uma doença e não souber, poderá passar mal. Mas a preocupação deve ser com quem não quer se exercitar – explica.
Longe dos problemas de saúde, valem as recomendações de não entrar onde não se conhece (principalmente sozinho), graduar a intensidade e o tipo de atividade:
– Os esportes mais radicais devem ficar para uma segunda etapa, depois de se adquirir condicionamento físico.
O professor Newton Nunes, especialista em reabilitação cardiovascular pelo InCor, com mestrado e doutorado em Educação Física na Universidade de São Paulo, defende uma entrevista detalhada com o paciente, com ênfase no histórico familiar. Mas falta de ar, dor na região do peito, palpitações, tonturas ou desmaios desencadeados pelo exercício devem ser submetidos à investigação mais detalhada.
Os bailarinos profissionais Ricardo Mattienso e Renata Tubarão começaram a fazer escaladas esportivas há cinco anos. Ele escala no platô da Lagoa pelo menos três vezes por semana, ela o acompanha em trilhas e escala bem de leve para não correr o risco de se machucar.
– Tenho 45 anos, faço papéis bem específicos, mas minha mulher é bailarina principal do Teatro Municipal, vai mais devagar para ver o visual – diz ele, que vê semelhanças entre o balé e a escalada: – Fisicamente é um esporte meio arte, parece uma dança, mas com mais riscos.
Entre os acessórios para o esporte, Mattienso destaca um bom óculos (algumas pedras soltam fuligem), boné (para proteger o rosto do sol), roupas de elastano (para não limitar os movimentos), uma boa sapatilha e mochila com o costado confortável, que “respire” bem – além de cordas, freios e proteções do equipamento de segurança.
– Não dá para economizar com equipamento, tudo tem que estar em perfeito estado. A escalada trabalha bem o corpo e a concentração, mas é perigoso, requer atenção e disciplina – diz.
Fonte: Globo
Foto: Pablo Jacob