25 C
Loanda
Quinta-feira, Outubro 31, 2024

Dilma critica embargo americano a Cuba na inauguração do Porto de Mariel

PARTILHAR
a presidente dilma rousseff em sua chegada a havana. (reuters/stringer) - portal de angola
A presidente Dilma Rousseff em sua chegada a Havana.
(REUTERS/Stringer)

A presidente Dilma Rousseff e o presidente cubano, Raúl Castro, inauguraram nesta segunda-feira (27) a primeira etapa do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba. O porto é a grande aposta do país comunista para incentivar a economia local. As obras custaram US$ 957 milhões e, deste total, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou US$ 682 milhões. A construção foi da empreiteira brasileira Odebrecht.

Pelo menos 400 empresas brasileiras participaram das obras do porto cubano, que contará com uma contribuição de outros US$ 290 milhões do Brasil em uma segunda etapa. Companhias italianas, espanholas e francesas também devem se instalar no local, que terá uma Zona de Desenvolvimento Especial, como na China, com 265 quilômetros quadrados.

“O Brasil tem orgulho de ter se associado a Cuba na construção do primeiro terminal de contêineres do Caribe”, disse Dilma, ao cortar a faixa de inauguração do Porto de Mariel, nas cores da bandeira nacional cubana, branco, azul e vermelho. Os primeiros 702 metros de píer, equipados com quatro guindastes, já estão em operação.

Em seu discurso, Dilma declarou que “o Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba”. Ela criticou o “injusto bloqueio dos Estados Unidos” à ilha, em vigor há meio século. A presidente afirmou que o Brasil “quer se transformar em um colaborador econômico de primeira ordem” para a ilha.

“A partir de agora, o porto de Mariel se insere no sistema portuário cubano e latinoamericano”, afirmou, por sua vez, o presidente de Cuba. Castro agradeceu as “condições vantajosas” do financiamento brasileiro às obras de Mariel e agradeceu ao país sul-americano sua “colaboração solidária” no que considerou um “projeto transcendental para a economia cubana”. O líder cubano lembrou que só a primeira parte da obra está finalizada. “Temos que continuar trabahando”, disse.

Vários líderes que estão em Cuba para participar da 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) estiveram na cerimônia de inauguração do terminal portuário: os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Venezuela, Nicolás Maduro, do Haiti, Michel Martelly, da Guiana, Donald Amotar, e a primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson-Miller.

Cúpula marca retorno de Cuba

Dilma desembarcou neste domingo em Havana, onde foi recepcionada no aeroporto José Martí pelo ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca. Depois de inaugurar a primeira parte do porto de Mariel, ela participará, na terça-feira (28) da abertura da Celac.

O encontro da Celac marca o retorno de Cuba aos organismos de integração regional. Suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1962, o país é anfitrião da cúpula, que vai reunir 33 chefes de Estado e de governo e tem como tema a redução da pobreza e o combate às desigualdades regionais. A defesa da paz, do multilateralismo e o desarmamento nuclear também estão na agenda da cúpula. (rfi.fr)

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

A África do Sul pretende reforçar os laços com África e a China à medida que as barreiras comerciais globais são erguidas

O Ministro do Comércio da África do Sul afirmou que o seu país procura laços comerciais e de investimento...

Tensão política em Moçambique atinge ponto crítico após eleições contestadas

Os moçambicanos preparam-se para mais turbulência política na sequência do apelo do líder da oposição, Mondlane, para uma semana...

23 Laureados do Prémio Nobel de Economia apoiam Kamala Harris para Presidente dos Estados Unidos

23 economistas vencedores do Prémio Nobel de Economia, desde o Professor Joseph Stiglitz da Universidade de Columbia a Daron...

A rejeição do Brasil em aderir à BRI é um revés político para a China

Após anos de hesitação, o Brasil não irá, alegadamente, aderir ao projecto de conectividade de um trilhão de dólares...