A EMIS vai introduzir, muito em breve, no mercado os cartões pré-pagos Multicaixa, considerando expectável que o número de angolanos que possui um cartão Multicaixa venha a aumentar consideravelmente. A utilização dos novos cartões não implica a associação a uma qualquer conta bancária e o objectivo é atingir com o novo produto o universo da população não bancarizada.
A rede da EMIS-Empresa Inter-bancária de serviços, a entidade que gere a rede Multicaixa, a rede integrada de ATN e POS comum a todos os bancos nacionais, atingiu, em 2013, o seu ‘recorde diário’ quando foram efectuadas, num só dia, 1,2 milhões de transacções electrónicas, correspondendo a 850 mil transacções financeiras com cartão.
O número de cartões de débito emitidos válidos de marca Multicaixa existentes supera os 3.5 milhões (um aumento de 23% em relação a 2012). Considerando que a taxa de penetração bancária ronda os 25% da população’ bancarizável’ aquele valor corresponde a aproximadamente 2,8 milhões de clientes bancários. Ascende a cerca de 2,46 milhões o número dos cartões utilizados, sendo de 70,3% a taxa de utilização. A taxa média de utilização é de 9 transacções por cartão por mês. No último ano, a instituição bancária com mais cartões na rede Multicaixa em 2013 foi o BFA, seguida pelo BPC, BIC e BAI.
Embora o número de operações de levantamento em ATM ainda seja muito superior ao de operações de pagamento em TPA, estas já superam a parcela de 20% do volume de transacções em ATM. Registe-se que o crescimento de transacções em TPA é o triplo do registado em ATM, significando que a prazo o número de transacções em TPA suplantará a dos ATM. Em 2013, o crescimento de transacções em ATM foi de 20% e em TPA foi de 60%. Para a EMIS, o facto do crescimento de transacções em TPA ter vindo a ser superior ao crescimento em ATM significa que, num horizonte de dois a três anos, aquela percentagem deverá chegar a 30%.
MERCADO INFORMAL EXPLICA PREFERÊNCIA POR CASH
Em todo o caso, ainda são muitos mais os angolanos preferem levantar dinheiro vivo e pagar ‘cash’. Em termos de montantes a relação é ainda de Kz 1 pago em TPA para Kz 2,5 levantados em ATM.
O que contraria a tendência do mercado a nível internacional que, mesmo com as dificuldades económicas globais, ainda prefere non-cash, isto é, sem intervenção de dinheiro físico.
A preferência que em Angola ainda se verifica de preferência pelo levantamento de notas físicas tem, segundo a EMIS, a ver com a grande informalidade do nosso mercado, pois essas notas físicas são utiliza- das no mercado informal.
O objectivo da EMIS é acompanhar a tendência global dos pagamentos ‘non-cash’. Para tal a sociedade está a fazer um esforço para o aumento do leque de operações disponíveis em TPA, tais como compra de recargas telefónicas, pagamento de serviços (electricidade, seguros, água, TV, outros) e está a criar condições para que gradualmente estas mesmas operações possam ser realizadas noutros canais como o homebanking. Os débitos directos são outro produto que brevemente alargará a possibilidade de realizar operações ‘cashless’ na Rede Multicaixa.
Actualmente já há, por todo o país, 26.317 estabelecimentos equipados com TPA – o que traduz um crescimento do parque de TPA de cerca de 30% relativamente ao ano de 2012 -, com maior concentração em Luanda e nas capitais de província. Já o parque de terminais ATM engloba 2.333 máquinas, sendo que a maioria dos terminais da rede Multicaixa continua a estar localizado junto de Instituições financeiras (balcões bancários). (opais.net)
Por: Luís Faria, luis.faria@opais.co.ao