Detido desde o final de 2011, acusado da prática de crimes contra a humanidade, o antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, foi hoje mandado em liberdade pelo Tribunal Penal Internacional de Haia que deu provimento aos pedidos apresentados pelos seus advogados, uma decisão calorosamente recebida em Abidjan pelos apoiantes do ex-chefe de Estado, avança o Jornal de Angola.
Depois de adiar por diversas vezes a apreciação dos pedidos e dos argumentos apresentados pelos seus advogados, o Tribunal Penal Internacional (TPI) absolveu hoje ao fim da manhã o antigo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, dos crimes de guerra e contra a humanidade pelos quais estava a ser julgado desde 2016, ordenando a sua libertação imediata.
Detido em Abril de 2011 por forças francesas e das Nações Unidas na sequência de um conflito armado que se seguiu às eleições de 2010, resultante do facto de não ter aceite a derrota e se recusar a entregar o poder, Laurent Gbagbo acabou por ser transferido para o TPI no mesmo ano acusado de ser responsável por assassínios, violações e perseguição política.
Nas eleições de 2011, que deram origem ao conflito e à sua detenção, Laurent Gbagbo foi derrotado em vez de entregar o poder barricou-se no palácio presidencial guardado por alguns militares da sua guarda pessoal.
Nos meses que se seguiram, as forças armadas costa-marfinenses e as milícias apoiantes de Gbagbo e Ouattara iniciaram uma guerra fratricida que provocou mais de três mil mortos e que só terminou com uma intervenção militar de França.