Eram por volta das 15 horas e 45 minutos quando a nossa equipa de reportagem passava pela Vila de Catete, no município do Icole e Bengo, com destino a província da Kwanza Sul quando nos deparamos com um cenário pouco comum em Angola. Três mulheres vendedoras ambulantes, vulgo “zungueiras”, que se dedicavam ao comércio de roupas e calçados possibilitando aos seus clientes o pagamento automático através dos aparelhos TPA (terminais de pagamento automático). Uma dessas senhoras era Feliciosa Domingas, de 39 anos de idade.
A nossa interlocutora disse viver no município de Viana e deslocase até a Vila de Catete todas as manhãs para comercializar os seus produtos. Questionada sobre a ideia da utilização de um TPA nas vendas, Domingas disse: “Por aqui passam pessoas de diferentes níveis sociais e sabemos que nem sempre têm dinheiro disponível, então optamos por utilizar os TPA para facilitar nas vendas “. Domingas dedica-se a comercialização de roupas e calçados para mulheres e crianças. Ela explicou à VIDA que varia os seus produtos em função da época.
Por exemplo, esta reportagem foi feita no dia 1 de Junho e, como é o dia dedicado aos mais pequenos elas só comercializavam roupas para crianças. Outra senhora que falou a nossa reportagem foi Conceição João Forquila, de 37 anos de idade, que disse ter investido cerca de 4 mil dólares na aquisição dos seus produtos, dinheiro que, segundo ela resultou da famosa “Quixila”, com outras colegas.
“Devido aos roubos aqui em Catete, então decidi abrir uma conta bancaria e utilizar os TPAs, assim ando com poucas notas na bolsa”, explicou. As nossas interlocutoras explicaram que têm adquirido os seus produtos em países como a Namíbia, China e, quando em Angola em alguns mercados informais de Luanda e já contam com clientes fidelizados, entre estrangeiros e nacionais. Segundo Domingas e Conceição, elas são as únicas “zungueiras” no comércio informal que circulam com os aparelhos de pagamento automático nas zonas de Catete. (opais.net)