O acordo num pacote de austeridade concluído pelo Governo grego e os partidos da coligação não satisfez a zona euro. O Eurogrupo rejeitou uma aprovação imediata do empréstimo adicional à Grécia de 130 mil milhões de euros por considerar as medidas insuficientes. Para receber o segundo pacote financeiro, Atenas terá de encontrar forma de poupar mais 325 milhões de euros. O executivo grego, composto por uma coligação, encosta os conservadores à parede e diz que agora a solução depende deles.
A zona euro só tomará uma decisão depois de os líderes do partido socialista PASOK, dos conservadores da Nova Democracia e do partido de extrema-direita LAOS subscreverem o compromisso com metas mais ambiciosas e com a garantia de que serão cumpridas depois da realização das eleições (provavelmente em Abril).
Os ministros consideraram que o acordo alcançado na quinta-feira não contempla 325 milhões de euros em cortes que os parceiros europeus dizem ser necessários para o país cumprir a meta do défice de 2012. O objectivo é que o pacote completo chegue a 3,3 mil milhões de euros.
O ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, veio já advertir o líder dos conservadores, Antonis Samaras, para a necessidade de o partido apoiar estes cortes adicionais. Porque sem isso, afirmou, a Grécia corre o risco de sair da zona euro.
O eurogrupo deu mais tempo para Atenas encontrar as poupanças adicionais, mas quer o pacote completo rapidamente – dentro de dias. A expectativa, explicou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, é que o Parlamento grego possa aprovar as medidas já no domingo. Ou seja, antes de uma nova reunião dos ministros das Finanças, que deverá acontecer no dia seguinte em Bruxelas.
“Vários países encontraram lacunas” no pacote apresentado, reconheceu Venizelos no final da reunião do Eurogrupo, em declarações citadas pela agência AFP.
O Governo grego considera, apesar do compromisso anunciado na quinta-feira, que a Nova Democracia não se comprometeu com todas as medidas previstas no plano inicial de poupanças. Se não o fizer, resultando daí uma falha de compromisso da Grécia para com a zona euro, o resultado será a saída do país da moeda única. Foi esta, pelo menos, a leitura feita pelo ministro grego das Finanças, ao afirmar: “É preciso que o partido [conservador] decida se quer que a Grécia continue na zona euro, é preciso dizê-lo claramente.”
Fonte: Publico