“É apenas por meio do respeito mútuo que a China e a União Europeia podem desenvolver uma associação equitativa além das divergências ideológicas, do sistema político e do modelo de desenvolvimento”, disse Wen Jiabao a empresários alemães e chineses.
Em Berlim, o primeiro-ministro chinês participou com a homóloga alemã, Angela Merkel, num encontro bilateral de alto nível que abordou as relações económicas e comerciais dos dois países e a problemática dos direitos humanos na China.
Wen Jiabao também manteve encontros ministeriais e com empresários, que analisaram os investimentos recíprocos, as energias renováveis, as trocas culturais, questões agrícolas e a luta contra a mudança climática.
A situação na Coreia do Norte, Paquistão, Afeganistão e Sudão, a reforma do sistema financeiro internacional e a crise do euro também foram analisadas no encontro de Berlim.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro da China defendeu, na Grã-Bretanha, mais liberdade e democracia real no seu país.
O primeiro-ministro Wen Jiabao afirmou igualmente que a corrupção e as disparidades de renda prejudicam a vida dos chineses. Numa entrevista colectiva com o homólogo britânico, David Cameron, Wen Jiabao disse que a China vai aperfeiçoar a sua democracia e instituições. “A China de amanhã vai ser uma sociedade e um país mais aberto e inclusivo, culturalmente avançado e harmonioso”, afirmou, tendo acrescentado que “um país ou nação só cresce e progride quando é aberto e inclusivo”.
O dirigente chinês frisou que “sem liberdade não existe democracia real e sem a garantia de direitos económicos e políticos não há liberdade real”.
O primeiro-ministro chinês, que deixa o cargo em 2012, admitiu que “a corrupção, a distribuição de renda injusta e outros males que prejudicam o interesse do povo ainda existem na China” e que “a melhor forma de resolver esses problemas é avançar firmemente na reforma política estrutural e na democracia socialista, sob o Estado de direito”.
Wen Jiabao é conhecido pelas suas tendências reformistas e já fez discursos e artigos em que propôs reformas políticas para preservar o crescimento económico.
Terceiro na hierarquia do Partido Comunista, o primeiro-ministro efectuou uma visita à Europa que incluiu a Hungria e Alemanha.
Fonte: Jornal de Angola