O vice-presidente da Cooperativa de Médicos Veterinários de Angola, Paulo Morgado, defendeu na quarta-feira, no Lubango, a criação de mais laboratórios veterinários equipados com meios modernos para o diagnóstico de doenças que afectam o desenvolvimento do gado bovino no país.
Paulo Morgado, que falava ao Jornal de Angola à margem da abertura da feira agropecuária da Região Sul, que reúne até dia 14 mais de 20 expositores das províncias da Huíla, Cunene, Namibe e Benguela, disse que “a falta de laboratórios veterinários dificulta o diagnóstico de doenças e o apoio técnicos aos especialistas, o que compromete também o controlo das doenças e a baixa produção nacional de carnes”.
Paulo Morgado afirmou que é possível a erradicação das doenças bovinas, “com trabalho sério” no processo de notificação dos casos, controlo de saída e entrega de animais e no investimento em laboratórios apetrechados com equipamento, para facilitar a análise das enfermidades mais comuns.
“Há um esforço nesse sentido, para que estes laboratórios de referência animal dêem respostas aos casos, mas precisamos de mais, para delinear as metas de combate e controlo destas doenças, como carbúnculos hemáticos, dermatite nodular, peripneumonia e evitar a entrada de doenças exóticos no país”, frisou. Para breve, anunciou a expansão dos serviços da cooperativa de médicos veterinários para a região Sul do país, para auxiliar os criadores de gado e empresários do ramo na criação de fazendas, melhoria da genética animal e combate às doenças que afectam os animais. Paulo Morgado disse que, na Huíla, a cooperativa pretende “concertar ideias com os médicos locais, para aderir a estas iniciativas”, pois, notou, “é nossa intenção alargar o raio de acção para todo o território nacional”.
A cooperativa de médicos veterinários foi criada em Junho na cidade do Huambo, é composta por 254 membros e tem como objectivos principais a prestação de serviços aos criadores de gado, formação de fazendas e a melhoria genética dos animais.
Expedição científica
Os finalistas do curso de medicina veterinária da Universidade José Eduardo dos Santos estão em expedição científica à cidade do Lubango, com o objectivo de aprofundar conhecimentos teóricos e práticos sobre a realidade agropecuária da Huíla.
Os futuros médicos veterinários participam durante os quatro dias da feira agropecuária nas jornadas científicas, promovidas pela cooperativa de criadores de gado do Sul de Angola.
O responsável pela delegação, o professor Joaquim Morais, disse ao Jornal de Angola, que o objectivo da expedição científica é estimular os estudantes a conhecerem o potencial pecuário da Huíla.
Disse que outro dos objectivos da visita é mostrar aos criadores de gado do Sul que “podem contar com quadros qualificados em medicina veterinária, no sentido de ajudar a desenvolver a criação de gado sem constrangimentos”.
“Vamos ouvir os especialistas a abordar temas de interesse científico sobre a situação pecuária da região, uma oportunidade para os estudantes terem conhecimentos práticos e teóricos, para aplicarem depois de inseridos no mercado de trabalho”, disse Joaquim Morais.
Realçou ainda que os estudantes conhecem as doenças que afectam o gado no país, do ponto de vista de diagnóstico e tratamento, e que estão aptos para contribuir para a estratégia de controlo ou erradicação das mesmas.
Joaquim Morais adiantou que a Universidade do Planalto Central espera estabelecer um acordo de parceria com a Cooperativa de Médicos Veterinários de Angola, para reforçar a troca de conhecimentos e para o acompanhamento da produção pecuária e combate de doenças.
Fonte: Jornal de Angola