Quarta-feira, Dezembro 6, 2023
10.3 C
Lisboa
More

    UNITA nega ter contribuído para a elevada abstenção nas eleições angolanas

    Analistas do MPLA dizem que Samakuva “baralhou” o eleitorado ao criar dúvidas sobre participação da UNITA nas eleições. Alcides Sakala diz que abstenção foi causada por “manipulações”.

    Ainda não foram adiantados os dados oficiais sobre a abstenção nas eleições de 31 de Agosto em Angola, mas as estimativas indicam que ronda os 40%. E em alguns municípios de Luanda, os 46% e 48%.

    Muitas razões foram já mencionadas para a elevada abstenção. Entre elas, a deficiente divulgação dos cadernos eleitorais (que deixou eleitores sem saber onde votar), as mesas que não abriram por falta dos mesmos cadernos; os eleitores que foram enviados a votar a dezenas, ou em alguns casos centenas, de quilómetros das suas residências; e aqueles cujos cartões de eleitores lhes foram retirados, sobretudo em zonas do interior.

    Mas há uma tese entre analistas do MPLA – a de que a UNITA também contribuiu para a abstenção.

    Por exemplo, às 10 horas da manhã do dia 31 de Agosto ainda havia pessoas a telefonar a este correspondente, questionando qual tinha sido a decisão final do presidente da UNITA sobre as eleições.

    Na véspera, na Voz da América, Isaías Samakuva fazia um apelo à votação – quase às 18h30 de quinta-feira, no dia anterior ao pleito.

    “Nas circunstâncias presentes, e privilegiando a legalidade, que nós temos defendido – temos estado a dizer sempre que nós estamos em defesa da lei – nós decidimos que vamos votar amanhã mas, nós vamos imediatamente impugnar o processo. Esta é a decisão, porque se não votarmos, não estaremos em condições de impugnar o processo”, disse Samakuva.

    No dia anterior a este apelo, o presidente da UNITA havia apelado ao adiamento das eleições, para que fossem corrigidas várias irregularidades praticadas pela CNE.

    Antes, o presidente e outros dirigentes da UNITA disseram, que não permitiriam a realização de eleições não claras, embora rejeitassem que o seu partido pretendesse um boicote eleitoral.

    Para o professor universitário Mário Pinto de Andrade, figura ligada ao MPLA, a indecisão de Samakuva “baralhou” o eleitorado.

    “A nível da UNITA é preciso analisar todas as variáveis que estiveram neste processo eleitoral. Eu penso que a forma como o presidente da UNITA se comportou neste pleito eleitoral – primeiro diz que já não vai, depois diz que vai, depois diz que já não vai, depois diz que vai impugnar, depois já não vai, isso pode baralhar o eleitorado e o pleito eleitoral é uma coisa séria de responsabilidade e serenidade”, frisou Pinto de Andrade.

    Mas o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, pensa que esse argumento não é válido para justificar a abstenção. Em nada a tardia decisão de Isaías Samakuva provocou a referida abstenção. Sakala fala mesmo numa manipulação do sistema.

    “Esta abstenção deliberadamente criada, que ronda os 40% por cento… chega-se à conclusão de que isto é abismal. Alguma coisa do sistema electrónico não funcionou, portanto alguém quis manipular estes dados”, disse Sakala.

    Ainda não foi avançada uma data para a divulgação dos resultados finais.

    FONTE: Voa

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Mundial: Angola defronta Noruega na abertura da segunda fase

    As duas equipas nacionais jogaram entre si pela última vez, no passado dia 23 de Novembro no torneio das...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema