A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) exigiu, neste sábado (04.10), a imediata e incondicional libertação de todos os “presos políticos” em Luanda e noutras regiões do país.
A exigência do Galo Negro está expressa no comunicado final saído da a III Reunião Ordinária da Comissão Política, realizada na sexta-feira e sábado, na capital angolana.
O encontro avaliou a atual situação política, social e económica de Angola.
“Onda de perseguições”
O partido referiu-se a três ativistas angolanos detidos e condenados a dois anos de prisão em setembro por crime de desobediência às autoridades, após tentarem realizar uma manifestação contra a proibição da circulação dos mototaxistas em Luanda.
A oposição liderada por Adalberto Costa Júnior reiterou que vai continuar a denunciar a “onda de perseguições e de prisões arbitrárias dos jovens ativistas pelos órgãos de justiça e pela polícia”.
Essas detenções, segundo o partido, teriam “o objetivo de desencorajar” a participação dos jovens na vida política do país.
“Apelar ao fim imediato da crescente onda de intimidação e repressão das autoridades contra o movimento reivindicativo das classes profissionais, que se manifestam pelos seus direitos, e exortar o Executivo a primar pelo diálogo para a solução dos problemas de todos os trabalhadores angolanos”, lê-se no comunicado final da Comissão Política da UNITA.
Destituição do PR e autarquias
Os dirigentes do maior partido da oposição reiteraram a pertinência do processo de destituição do Presidente da República face “às grosseiras violações à Constituição e à lei”.
Na abertura da reunião, na passada sexta-feira (03.11), o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, afirmou que a alternância política em Angola deve começar com a realização das autarquias em 2024.
Por isso, a organização política que dirige vai mobilizar a opinião pública nacional e internacional para pressionar o Executivo de João Lourenço a garantir a institucionalização das Autarquias Locais em Angola no próximo ano.
Pobreza em Angola
A oposição angolana manifestou, por outro lado, preocupação com o agravamento diário da fome e da miséria no seio da população angolana.
De acordo com a UNITA, o combate à fome e à pobreza deve passar pela “adoção de políticas públicas consistentes e duradouras, que estimulem a produção interna de produtos da cesta básica e assegurem o seu escoamento”.
As atuais medidas tomadas pelo Executivo do Presidente João Lourenço, segundo a UNITA, “são paliativas, aleatórias, eleitoralistas, insustentáveis e antipatrióticas”.
Eleições em Moçambique
O maior partido da oposição angolana também se manifestou sobre as eleições autárquicas em Moçambique, que estão a ser contestadas pela oposição.
A UNITA condenou o que considerou “graves interferências no processo das eleições autárquicas em Moçambique pela FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique]” e instou a União Africana e outras organizações internacionais a impor sanções ao Governo de Maputo.
Por Borralho Ndomba (Luanda) | Lusa