Os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vão trocar informações sobre os sistemas de acreditação no ensino superior, para aumentar o intercâmbio de estudantes, disse hoje, em Luanda, o ministro da Educação português, Nuno Crato.
O governante, que falava à Lusa no final dos trabalhos da V Reunião Ministerial do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia da CPLP, a decorrer em Luanda, acrescentou que o objetivo é “criar progressivamente uma troca de informações sobre o que representam os graus de licenciatura, mestrado e doutoramento, que são em cada país atribuídos”.
“Isto vai ser muito importante para nós conseguirmos perceber melhor como é que podem ser feitos os intercâmbios entre estudantes dos diversos países, como é que os nossos países podem beneficiar de uma cooperação”, adiantou.
Nuno Crato destacou o intercâmbio que já existe em Portugal e no Brasil, que através do programa “Ciência Sem Fronteiras” vai permitir enviar “muitos estudantes” para Portugal.
“Isso é muito importante para Portugal também e é um reconhecimento do grande nível das universidades portuguesas. O Brasil está mais interessado nos doutoramentos, porque nós temos em Portugal doutoramentos e programas de pós-graduação de elevada qualidade e é por isso que o Brasil está interessado em enviar-nos muitos dos seus estudantes”, frisou.
No domínio da Ciência, Nuno Crato afirmou à Lusa que da reunião da CPLP saiu igualmente a decisão de trocar informações no acesso à informação científica.
“Portugal tem tido um acesso à informação científica internacional organizado, através da B-On, que é uma biblioteca ‘online’, e nós estamos a trabalhar para que os países em conjunto partilhem alguns desses recursos e o acesso a uma série de bibliotecas internacionais ‘online'”, destacou.
Nuno Crato disse ainda que Portugal está a criar um Centro da UNESCO para as Ciências Básicas e que, da reunião de Luanda, saiu o “empenho da CPLP em colaborar com Portugal na criação deste centro de excelência para as ciências básicas”.
Nesta reunião ministerial da CPLP não esteve presente o ministro da Guiné-Bissau, não havendo informação disponível que relacione esta ausência com o facto da organização lusófona não reconhecer as novas autoridades de Bissau, que ascenderam ao poder com o golpe de Estado do passado dia 12 de abril.
FONTE: Lusa