Com a conclusão desta etapa, a mais alta instância judicial brasileira entende que o ex-braço direito do antigo Presidente Lula da Silva foi o mentor e o chefe do esquema de compra de votos parlamentares, conhecido no Brasil como “mensalão”.
A condenação de José Dirceu já tinha sido adiantada na noite de terça-feira, após a maior parte dos ministros terem apresentado o seu parecer, faltando apenas os dois magistrados que falaram hoje, Celso de Mello e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto.
“O réu não pode ser julgado pela sua biografia, não pode ser julgado pelo que foi ou pelo o que é, mas pelo o que fez. E os factos gritam”, afirmou o juiz Ayres Britto, ao expor o seu parecer.
A maioria dos magistrados também votou pela culpabilidade do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoíno – com nove votos a um -, e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por unanimidade.
Com esta votação, os magistrados desmontaram a tese dos advogados de defesa do núcleo político, que argumentavam que o dinheiro pago aos parlamentares à época correspondia a débitos não contabilizados, feitos durante a campanha eleitoral.
A maior parte dos juízes decidiu ainda pela condenação do publicitário Marcos Valério e outros quatro arguidos ligados a ele, e optaram pela absolvição de sua ex-funcionária Geiza Dias, bem como do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.
Ao final do parecer dos dois juízes sobre o item VI – que julgou as acusações de corrupção ativa – o juiz relator, Joaquim Barbosa, iniciou a leitura de um novo item, que avaliará as acusações de lavagem de dinheiro.
Até o momento, foram condenados 25 dos 37 arguidos no processo.
As penas a atribuir aos condenados só serão conhecidas ao final de todo o processo.
FONTE: DN