O prêmio Nobel da Paz deste ano foi concedido à presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, e a duas militantes pacifistas que defendem os direitos das mulheres, a liberiana Leymah Gbowee, e a jornalista iemenita Tawakkul Karman. O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira, em Oslo, pelo comitê do Nobel na Noruega.
As três laureadas foram recompensadas “pela luta não violenta a favor da segurança das mulheres e de seus direitos a participar de processos de paz”, declarou o presidente do comitê Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland.
Em 110 anos de história, o prêmio Nobel da Paz tinha sido atribuído a somente 12 mulheres. A última homenageada foi a ecologista queniana Wangari Maathai, que morreu no dia 25 de setembro passado. Este ano a lista de candidatos ao prêmio alcançou o número de 241 pessoas e organizações. Líderes da Primavera Árabe eram favoritos. O prêmio será entregue em Oslo, no dia 10 de dezembro.
Ellen Johnson Sirleaf
A presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, disse ter ficado muito feliz com a escolha. “É um prêmio para o povo liberiano e significa que devemos continuar trabalhando pela paz”, afirmou a presidente em sua casa de Monrovia. Conhecida como a Dama de Ferro da África, Sirleaf foi recompensada por seus esforços para a reconstrução da Libéria, um país traumatizado por 14 anos de guerra civil e 250 mil mortos.
Em 2005, Sirleaf foi a primeira mulher eleita chefe de Estado no continente africano. Ela concorre à reeleição na próxima terça-feira, mas sua vitória não é certa. Muitos liberianos estimam que ela não cumpriu as promessas econômicas e sociais. Uma parcela da população também condena a falta de investimento da presidente no processo de reconciliação nacional.
Leymah Gbowee
Outra premiada, Leymah Gbowee, dirige uma ONG pacifista que contribuiu, principalmente através de uma greve de sexo, para o fim de uma das guerras civis da Libéria, em 2003. A iniciativa original, lançada em 2002, obrigou Charles Taylor, presidente do país na época, a se associar às negociações de paz.
Tawakkul Karman
Já a iemenita Tawakkul Karman fundou o grupo Mulheres Jornalistas Livres e também participa da vida política de seu país como integrante de um partido islâmico. “Tanto antes quanto durante a Primavera Árabe, Karman desenvolveu um papel importante na luta a favor do direito das mulheres, da democracia e de paz no Iêmen”, declarou Jagland. Surpresa com a premiação, a jornalista disse que receber o Nobel da Paz é uma honra para todos os árabes, os muçulmanos e as mulheres.
Fonte: RFI
Foto: Reuters