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    Transferência de salário para Portugal custa mínimo de 3,8%

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    ‘Conta BIC Salário Internacional’ permite a clientes do BIC expatriados receberem adiantamentos em Portugal de até 70% do salário, após darem ordem de transferência em Angola. Como a Euribor está próxima de ‘zero’, pagam pouco mais do que o spread.

    Os trabalhadores que recebem salário em kwanzas em Angola e que dão ordens de pagamento para Portugal, mediante a solicitação de um adiantamento do vencimento em euros, ao abrigo da ‘Conta BIC Salário Internacional’, pagam pela utilização do limite de adiantamento uma taxa de juro de Euribor + spread de 3,8%, revelou ao Expansão Fernando Teles, CEO do Banco Internacional de Crédito (BIC).

    Lançada em Fevereiro deste ano pelo BIC, a ‘Conta BIC Salário Internacional’, segundo Fernando Teles, tem como objectivo permitir que os particulares que recebem o seu salário em kwanzas em Angola possam transferir de forma mais célere – sob a forma de adiantamento – pelo menos uma parte para outra conta do BIC em Portugal, em euros.

    O adiantamento será liquidado quando as ordens de transferência se realizarem. As taxas Euribor têm neste momento valores próximos de 0%, sendo o spread a margem de lucro dos bancos nos empréstimos. Entre as características do produto, destacam-se o limite do adiantamento de 70% das ordens de transferência pendentes, ao contravalor da data mais recente, a necessidade de o cliente ter conta aberta no BIC Angola e no BIC português e ainda a obrigatoriedade de o cliente (empresa ou particular) depositar o salário no BIC Angola.

    Este deve, ainda, solicitar uma ordem de transferência irrevogável para a respectiva conta no BIC português, pagando a taxa de juro cobrada pela utilização do limite de adiantamento de Euribor + spread de 3,8%.

    “O BIC, antecipando as dificuldades que os particulares iriam ter na compra de divisas e, consequentemente, em fazer face a necessidades elementares do seu quotidiano, procurou dar o seu contributo com uma solução que minimize os constrangimentos decorrentes da conjuntura económica actual, utilizando, para este efeito, as sinergias da internacionalização da marca”, referiu o gestor.

    Malparado em níveis confortáveis Entretanto, questionado sobre a situação do crédito malparado na instituição, o também presidente do conselho de administração (PCA) do BIC disse estar “em níveis confortáveis”. Segundo Teles, do total dos 709,6 mil milhões Kz (6,8 milhões USD) de crédito concedido em 2014, apenas 18,8 mil milhões Kz (183 milhões USD), cerca de 6,8%, corresponde a empréstimos vencidos.

    “Também temos crédito malparado, mas é provisionado. Procuramos resolver os problemas quando temos crédito malparado, o que é normal na banca. Temos de procurar fazer empréstimos a bons pagadores e rejeitar aos maus. Riscos há sempre”, adiantou.

    “Há sempre problemas conjunturais que levam as empresas a não poderem pagar, mas há que se encontrar um equilíbrio, dilatar prazos quando for necessário, para que as pessoas sintam que o banco está aqui para as apoiar”, frisou.

    Dados do relatório e contas da instituição referentes ao exercício de 2014 dão conta de que as provisões para crédito de liquidação duvidosa do BIC no ano passado atingiram 32 mil milhões Kz (311 milhões USD), o que correspondeu a uma cobertura de cerca de 170% de crédito vencido e de 12% do crédito total. Fernando Teles disse que, para manter níveis baixos de crédito em situação irregular, o banco possui uma direcção que se dedica à recuperação do malparado, com cerca de 15 pessoas, que “estão todos os dias a tratar com os clientes, a insistir e a renegociar os créditos”.

    Conversão de Kz em Portugal continuará tímida Sobre a compra de kwanzas pelo BIC em Portugal, o banqueiro explicou que, enquanto a crise do petróleo continuar, a conversão da moeda angolana continuará a ser feita de forma cautelosa. “Não parámos totalmente com a compra de kwanzas em Portugal. Estamos é a comprar menos semanalmente, porque temos consciência de que, com a crise que está instalada, não podemos estar a transformar todos os kwanzas que aparecem em Portugal. Temos dado primazia aos clientes que já trabalham connosco”, afirmou.

    Com a maior rede de balcões do País, o BIC inaugurou recentemente, na cidade de Benguela, mais uma agência, elevando para 19 o número de balcões naquela província, sendo dois centros de empresas e 15 para rede de particulares.

    Denominada ‘Benguela Place’, a infra-estrutura representou um investimento de 500 mil USD, aproximadamente 63 milhões Kz. Com excepção de Caimbambo, em Benguela, o BIC está presente em todos os municípios, empregando 110 funcionários. (expansao.ao)

    Por: Francisco de Andrade

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