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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Timor-Leste: Mário Carrascalão diz que apoio de Ramos-Horta a PD é forma de vingança

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 - portal de angolaO deputado timorense Mário Carrascalão considerou que o apoio do ex-Presidente José Ramos-Horta ao Partido Democrático (PD) nas legislativas de Timor-Leste, a 07 de julho, é uma “forma de vingança” à “traição política” do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

“Não quero ser extremista na minha apreciação. À primeira vista é um apoio muito estranho, mas pensando melhor e friamente vejo que é uma forma de vingança”, afirmou Mário Carrascalão, em entrevista à agência Lusa.

Nas eleições presidenciais, realizadas em março e abril, o Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), do primeiro-ministro Xanana Gusmão, apoiou o atual Presidente, Taur Matan Ruak.

O apoio de José Ramos-Horta ao PD foi anunciado a seguir à primeira volta das eleições presidenciais e após não ter conseguido passar à segunda volta e ser reeleito para o cargo.

Este mês, o antigo Presidente timorense e o PD selaram o acordo com a assinatura de um memorando de entendimento, que incluiu também a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT).

“Se virmos as coisas com a cabeça fria, verificamos que há uma espécie de tripla ‘traição’ cometida pelo líder do CNRT (Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste), que é o primeiro-ministro”, afirmou o também vice-presidente do Partido Social-Democrata (PSD).

Segundo Mário Carrascalão, a primeira traição política cometida por Xanana Gusmão foi contra o seu atual vice-primeiro-ministro, José Luís Guterres, que se candidatou às presidenciais sem o seu apoio.

“A segunda traição é praticada em relação ao presidente do parlamento (Fernando La Sama de Araújo, líder do PD), um dos principais partidos da Aliança de Maioria Parlamentar, e que tem viabilizado muitos projetos de lei do Governo”, disse o também vice-presidente do Partido Social-Democrata (PSD, liderado por Zacarias da Costa.

A terceira traição, acrescentou Mário Carrascalão, foi feita a José Ramos-Horta.

“O antigo Presidente tinha como posição inicial de não se recandidatar ao segundo mandato, mas ganhou coragem para o fazer depois de uma reunião com os parceiros do desenvolvimento em que o primeiro-ministro apresentou o plano estratégico de desenvolvimento nacional e disse aos presentes que quem iria implementar aquele plano seria ele e Ramos-Horta”, afirmou.

Segundo o deputado social-democrata, após de ter dado a entender que o apoiava Ramos-Horta, o primeiro-ministro decidiu apoiar Taur Matan Ruak.

Nas terceiras legislativas de Timor-Leste participam 21 partidos e coligações, que se encontram em campanha eleitoral até 04 de julho.

FONTE: Lusa

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