Os bancos na Europa precisavam de 80 mil milhões de euros em capital sob um teste de stress mais duro, valor 30 vezes superior ao revelado pelos exames oficiais divulgados, na última sexta-feira, disse um analista do JPMorgan.
Os resultados dos testes de stress europeus mostraram que oito pequenos bancos entre 90 instituições testadas falharam e precisam, até ao final do ano, de uma injecção de capital de 2,5 mil milhões de euros para resistirem à crise da dívida que atinge o continente.
O teste da Autoridade Bancária Europeia (EBA, sigla inglesa) avalia a resistência de uma amostra de bancos em cenários “plausivelmente adversos”, como, por exemplo, a actual crise.
Analistas consideraram que o teste não foi suficientemente rígido, o que justifica a alta taxa de aprovação, que pode provocar efeitos adversos nos mercados.
O analista do JPMorgan afirmou que 20 grandes bancos falhavam numa prova mais dura, tendo em conta os números que forneceram para os testes.
Kian Abouhossein referiu que num teste mais difícil, os resultados haveriam de revelar um défice de capital de 80 mil milhões de euros: 25 mil milhões nos bancos britânicos, 20 mil milhões nos franceses, 14 mil milhões nos alemães, nove mil milhões nos italianos, quatro mil milhões nos espanhóis e nos portugueses e 4,5 mil milhões nos austríacos. A instituição com o pior desempenho no teste da EBA foi o ATEBank, da Grécia, que teve, além disso, um segundo banco reprovado, o EFG, ambos estatais.
Cinco bancos espanhóis – CAM, Pastor, Caja3, Unnim e Catalunyacaixa – e um austríaco, Volksbanken, também falharam.
Apesar disto, a Espanha negou reconhecer que os seus bancos precisem de reforçar o caixa. O banco alemão Helaba retirou-se, na quarta-feira, do teste perante a expectativa de ser reprovado.
A expectativa do mercado era de que 15 instituições fossem reprovadas. Ainda assim, 16 bancos ficaram no limiar da reprovação, precisando de adoptarem, nos próximos três meses, um plano de emergência. Uma das críticas feitas ao teste é de não ter tido em conta a possibilidade de um calote grego, o que colocava bancos franceses e alemães numa situação complicada.
O EBA afirmou que o teste deste ano foi mais severo do que o do ano passado. Em 2010, o banco irlandês Allied Irish Bank foi aprovado, mas, meses depois, precisou de ser resgatado pelo Governo.
Fonte: Jornal de Angola