A directora da Casa de Cultura Brasil-Angola, Tessa Pisconti, lançou no sábado, em Salvador da Bahia, Brasil, o livro para crianças “O Macaco Chorão”, a estreia da autora no mundo literário.
A escritora disse ao Jornal de Angola que o processo de criação é um acto “sempre espontâneo”, mas fazer um livro requer planeamento.
Além disso, esclareceu que as histórias aliam literatura e música, “o chorinho”, como forma de as crianças conhecerem esse género musical de forma lúdica.
Jornal de Angola – Este livro surge na sequência do projecto “Sopa de Letrinhas” organizado pela casa de Cultura Brasil-Angola, em Luanda, e no âmbito do qual conta histórias a crianças?
Tessa Pisconti – Tem tudo a ver. Através do “Sopa de Letrinhas”, no qual conto histórias para as crianças angolanas, senti-me motivada a escrever. Agradeço a elas essa oportunidade.
JA – Porquê o título “O Macaco Chorão”?
TP – Naturalmente, nasceu um título curioso, pois o chorão, em princípio, remete para o verbo chorar, mas na verdade não se trata disso. Chorão, neste caso, é o músico que toca “choro ou chorinho”, género musical brasileiro criado no século XIX.
JA – Qual a importância da literatura infantil?
TP – Os livros infantis são muito importantes porque contribuem para o desenvolvimento cognitivo da criança.
Através da literatura, a criança amplia o seu vocabulário e absorve informações.
Obviamente que a educação pode estar incluída nesse processo, mas não podemos esquecer que literatura infantil também é arte. Não só a literatura se constitui num instrumento de educação, como toda a expressão artística.
JA – O livro tem várias histórias condensadas ou apenas uma com várias personagens?
TP – O livro apresenta duas historinhas: “O Macaco Chorão e a história Boi Bonito” e a “Tartaruga e o Velho Tatá”.
JA – Tem previsto lançar o livro em Luanda?
TP – Desejo lançá-lo em Luanda o quanto antes.
JA – Existem perspectivas de seguir uma carreira literária?
TP – Sim, estou a adorar essa experiência no campo da literatura.
JA – Literatura e música, “o chorinho”, são assuntos que tornam a obra híbrida. Porquê?
TP – É uma forma de o apresentar às crianças que ainda não conhecem esse género musical de forma lúdica.
JA – Como é a literatura infantil no Estado da Bahia? Porque decidiu estrear-se na sua terra em Salvador, a sua natal?
TP – A literatura infantil na Bahia é muito bem aceite.
Decidi lançar o livro em Salvador, porque foi lá que aprendi a ler e escrever e ouvi as primeiras histórias na infância.
JA – Como foi o processo de criação literária para escrever “O Macaco Chorão”. Espontânea ou planificada?
TP – O processo de criação é sempre espontâneo, mas fazer um livro requer planeamento.
Fonte: Jornal de Angola